22
junho

Sabatina com Fernando Aragão – Vereador fala sobre escolha do vice, críticas de situacionistas e repetição de discurso usado por adversários


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Fotos: Thonny Hill

Os pré-candidatos a prefeito e vice pelo grupo de Oposição em Santa Cruz do Capibaribe, respectivamente Fernando Aragão (PTB) e Cleiton Barboza (PTN) foram os sabatinados da edição desta quarta-feira (22) do programa Rádio Debate.

Em pauta, o processo para a escolha do nome do vice, as críticas de situacionistas, a desarticulação do grupo durante o processo de escolha e também a repetição de discursos usados por adversários nas eleições de 2012. Confira os principais pontos da sabatina:

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A dificuldade na escolha do nome do vice

Se comparado a ala situacionista, que tinha diversas opções em mãos, na oposição era evidente a dificuldade na escolha desse nome, haja vista as tentativas frustradas com Tallys Maia e Galego de Mourinha (indicados e que deixaram o posto) e também a nova tentativa de se emplacar o nome de Flávio Pontes.

Fernando voltou a frisar acordo feito com o ex-deputado federal José Augusto Maia (PTN) para que fosse ele que escolhesse o vice, mas reconheceu que esse tempo perdido até a definição pelo nome de Cleiton Barboza precisa ser revertido.

Questionado se a escolha do nome deveria seguir critérios técnicos e não unicamente passar pelo desejo do ex-deputado, ele respondeu:

“Essa questão de ir atrás ou não, tem que se buscar o nome que se enquadre naquilo que nós queremos. Se formos analisar, na (chapa) de Edson Vieira também não foi tão tranquilo como se parece porque, o que se surgiu de nomes que não foram aproveitados, não estão no gibi. Os motivos não me interessam, mas se cogitou, cogitou… No final, talvez, não tenha sido o que ele quis. Mas isso agora é uma coisa a menos. O que queremos é discutir Santa Cruz” – disse.

Fernando enfatizou que deixou o ex-deputado à vontade para a escolha e que não lhe teria feito critérios para isso.

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Desarticulação dentro do grupo

O vereador também foi questionado se a formação atual da chapa com Cleiton, que já fora indicado como pré-candidato a prefeito por José Augusto Maia, não demonstraria uma desarticulação do grupo.

Ambos partiram para a disputa de quem seria o nome escolhido ao cargo, mas passar do tempo, outros nomes foram cogitados a vice, ficando o nome de Cleiton ausente das discussões. Sobre isso, Fernando disse:

“O importante disso tudo é que provamos que entre Cleiton e eu não existe diferenças ou ressentimentos. Fizemos a pré-campanha para a indicação do grupo político sem ofender nem um e nem outro. Quem ganhou fomos nós. O acordo foi feito. O grupo que estava com Cleiton e o grupo que estava comigo, um seria candidato a prefeito e o outro indicaria o vice. As coisas que acontecerem, paciência… Mas vamos embora discutir Santa Cruz” – frisou.

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Discurso da situação de que ele seria contra realizações no Governo Vieira

Fernando foi questionado se determinados posicionamentos tomados por si quanto as obras anunciadas pelo prefeito Edson Vieira (PSDB) não dariam margem ao discurso de críticas da ala adversária.

Situacionistas acusam o vereador de ser contra obras do governo atual como o Calçadão Miguel Arraes e a Central de Feiras e Mercados, assim como a possibilidade de anúncio de uma nova escola de tempo integral e também a inauguração da nova UPA 24 horas, prevista para 01 de julho.

“O governo quer se defender sem poder. Não sou contra a Central de Feiras que ele fez. Eu acho que Santa Cruz precisa, mas não nos moldes que ele fez, pois isso é um projeto de 18-25 anos atrás. É isso que eu fui contra; um projeto de quando Santa Cruz talvez tivesse 50, 60 mil habitantes, faz um para hoje com 105 mil, mas será que está na realidade? Outra coisa: critiquei e critico porque, a gente pede chuva, mas, infelizmente, se chover, vamos ter cuido porque enche lá porque não tem saída de água. Já estão dizendo que a feira vai ter que mudar de novo, voltar a Santa Cruz porque teria problemas com o piso” e completou “Não sou contra a UPA, mas sou contra o jogo de politicagem. Se tira o Materno Infantil e vai se colocar lá em cima, na UPA. É isso que sou contra. Porque fechar, se ele prometeu quatro (policlínicas), porque ele não deixa o hospital que ele tanto criticou, que a gente pagava a Nanau? Será que vai continuar pagando e lá fechado? Como é que vai ser? Ele explica isso e mostra, com documentos, a população? São essas as questões. Não sou contra, mas ele (o prefeito), quer criar isso” – frisou e completou: “Não sou contra os calçamentos, eles são bem-vindos, mas se é preciso que se faça um calçamento decente, um calçamento igual ao que Raymundo Aragão fez e que até hoje os carros passam e está intacto” – disse.

Em outro momento da entrevista, ainda sobre o mesmo tema, Fernando também criticou a forma de como, segundo ele, são gastos o dinheiro de recursos arrecadados pelo próprio município.

“Se fala muito dessa questão crise, mas será que essa crise está tanto assim quando o prefeito se dá “o belo luxo” de perder o aterro sanitário? Aterro esse que gera recursos através do ICMS Verde, que vinha uma quantidade boa para Santa Cruz? Hoje não temos um aterro, temos um lixão. Estou com um  levantamento que de FPM, Fundeb, Royalties… Os meses de janeiro a maio de 2016 deram, em média, mais de R$ 5 milhões e 695 mil de repasses. Em 2015, foram R$ 5 milhões e 600 mil. Onde se está essa crise? Onde que ela tanto afeta? O que defendo é que Santa Cruz tem um gasto muito alto com pessoal. Se for buscar os contratos que existem afora, os contratados e os efetivos dão 70%  de gastos com pessoal. Santa Cruz precisa ter 1700 contratados e mais 1300 efetivos?” – destacou.

Fernando citou as gravações de Vânio Vieira que trouxeram a tona os bastidores da discussão em torno da previdência própria que, segundo ele, trouxe economia ao município e voltou a defender o concurso público para diminuição dos contratados.

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A repetição do discurso de Edson Vieira, feito em 2012

Fernando foi questionado se o seu discurso de pregar a redução de alugueis, de gastos com a máquina pública entre outros motivos não seria o mesmo discurso feito pelo prefeito Edson Vieira em 2012, que “pediu a chance” para chegar a prefeitura e foi eleito. Sobre como seria a diferença que ele passaria para a população, ele respondeu.

“A diferença é a prática. Fui presidente duas vezes daquela Casa  e, nas duas vezes, trabalhamos para que houvesse a economia, colocando as pessoas necessárias e sem estar contratando tanta gente para o enchimento da máquina na Câmara de Vereadores.  Com esses recursos, fizemos muitas obras que foram executadas” – disse.

Já sobre a não realização de concurso público para cargos no Legislativo quando este era presidente, ele afirmou:

“Na época, tínhamos sete funcionários. Como vai se fazer de uma pessoa que vai ser o diretor, de um diretor financeiro? Tem que ser cargo de confiança. Tem dois ou três que se poderiam fazer concurso público. A câmara hoje cresceu, tem 17 vereadores e hoje tem mais pessoal. Naquela época, não se tinham assessores como se hoje tem. É uma realidade diferente da realidade de uma prefeitura que temos o inchamento da máquina. 1700 contratados é um absurdo. Todo o prudencial da prefeitura ultrapassa os 54% e se colocarmos os contratados no lixo, que se tem um bocado de empregados e os médicos, que são de uma cooperativa, é pessoal também. Quando se coloca tudo isso, vai para quase 70% e é isso que eu discuto. Há como economizar e fazer com que possamos transformar essas coisas que estamos dizendo em realidade” – pontuou..

“É um governo que não representa a classe evangélica” – afirma Cleiton Barboza

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O pré-candidato a vice foi questionado se seu nome implicaria em uma busca pelo eleitorado evangélico, que já decidiu o resultado de eleições no município.

Antes de responder à pergunta, Cleiton fez duras críticas ao prefeito Edson Vieira que, segundo ele, durante a campanha em 2012, os cristãos teriam sido alvos de um marketing enganoso.

“Nos comícios, colocaram hinos, versículos, iam na casa de cada cristão dizendo que “quem é cristão, não vota em ladrão”… A coisa caiu por terra. Hoje, temos o marco de ter o primeiro pré-candidato evangélico de uma chapa dos grupos tradicionais, mas temos a marca negativa de termos o primeiro prefeito com seus bens bloqueados. É uma marca negativa do governo que aí está. Na realidade, o convite se deu pelo discurso, as propostas para Santa Cruz e pela seriedade que esta chapa se encontra” – disse.

Já quanto a busca pelo eleitorado evangélico, ele respondeu:

“Quero deixá-los bem à vontade e fazer um pedido: orem, esperem em Deus uma resposta para qual deve ser o rumo para Santa Cruz. Estamos falando de uma cidade que está sofrendo, que não podemos sair nas ruas pela insegurança. As pessoas que precisam de um hospital, sabem como está a precariedade. Temos fatos, desde o início desse governo até agora, de crianças que nasceram em estacionamentos, a primeira licitação tem indícios de fraudes… É um governo não representa a classe evangélica, que pediu a chance, que comoveu com seu marketing muito forte, mas que decepcionou” – pontuou.

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Como manter o novo discurso, se antes se criticava os líderes e grupos políticos tradicionais

Questionado sobre como manter o discurso frente ao eleitor, já que nas eleições de 2012 ele foi um dos que mais criticou as duas alas políticas e os líderes José Augusto Maia e Edson Vieira e agora faz parte de um desses grupos e com reaproximação a Zé, ele respondeu:

“Eu saí de uma terceira via, mas não existia um grupo. Existia sim um projeto particular de Cleiton. Eu precisava me unir a um grupo e criar o meu espaço, para compartilhar os projetos para Santa Cruz. O grupo taboquinha, depois da derrota, tinha que se levantar, se reerguer. Me disponibilizei para ser uma opção, mas mostrando minhas ideias e mostrando o que é correto. Quando fui convidado por Zé para ser pré-candidato a prefeito, coloquei meus pensamentos e posturas. Não foi diferente afora, quando fui convidado a vice” – frisou.

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A articulação com José Augusto Maia e suposta “conversa estranha” alegada por Flávio Pontes

Cleiton também foi questionado sobre como ocorreu o processo de articulação para a escolha de seu nome a vice por parte de José Augusto Maia e uma conversa do mesmo com o empresário Flávio Pontes.

Ao Blog, Flávio declarou que ouviu uma “conversa estranha” de José Augusto, mas preferiu não detalhar o teor da tal conversa, descartando assim a possibilidade de concorrer ao cargo. Em seguida, surgiram boatos de que a candidatura a vice teria sido, supostamente, colocada a venda pelo ex-deputado ao valor de R$ 200 mil.

Cleiton afirmou que não sabe do teor da conversa, mas negou que a indicação de sua pré-candidatura teria cunho financeiro já que, segundo ele, não gastará dinheiro em campanha para usar a prefeitura, caso eleitos, para recuperar o investimento.

“A escolha foi um processo bem comum, não houve “conversa estranha” comigo, uma conversa normal. Eu não sei qual o conteúdo da conversa que ele teve com Flávio; apenas ele me citou que existia o nome de Flávio, outros nomes que ele estava pensando e que estava conversando com todos. Ele analisou e viu que o contexto era de se colocar uma chapa Cleiton-Fernando”.

Ouça o programa na íntegra!

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