Na manhã desta quarta-feira (06) nossa equipe de reportagem esteve visitando, mais uma vez, o loteamento Jaçanã, em Santa Cruz do Capibaribe. A visita ao local se deu, mais precisamente, na Rua da Família, que passa por graves (e frequentes) problemas em seu saneamento, problemas que já duram quase três anos.
De acordo com relatos de vários moradores que concederam entrevistas a nossa equipe, a grande maioria composto por donas de casa, os problemas começaram cerca de seis meses depois de os imóveis, que pertencem ao programa “Minha Casa, Minha Vida”, terem sido entregues pela atual gestão municipal. Confira algumas imagens do que vivenciam, diariamente, dezenas de famílias:
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Ainda segundo eles, a rua em questão é o local mais atingido, já que possui uma área destinada a coleta de dejetos de várias ruas em níveis de solo mais altos e, consequentemente, a rede de tubulação existente não suporta, fazendo com que os dejetos corram, a céu aberto, em vários pontos, causando o mau cheiro que pode ser sentido a dezenas de metros de distância.
Um desses imóveis mais atingidos pertencem ao casal Maria do Socorro da Silva e Antônio Nascimento Bezerra, que residem em frente a um dos maiores pontos de saneamento a céu aberto.
Os dois já tiveram a residência invadida, em fevereiro deste ano, por uma grande quantidade de dejetos junto com a água da chuva, que se acumularam no local, em virtude de uma barreira de terra que existia, feita por proprietários de uma fazenda particular, para evitar que os dejetos a atingissem.
Confira algumas fotos registradas por eles, tiradas durante e após a invasão da água:
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Com a invasão das águas em outras três casas e também os dejetos que retornavam para dentro das casas, a barreira teve que ser aberta e os dejetos voltaram a desembocar no açude. O casal desabafou ao blog parte do drama diário que passam, especialmente porque “Seu Antônio” (como gosta de ser chamado), segue se recuperando de um grave problema de saúde em uma das pernas.
“Desde dezembro de 2013 que estamos sofrendo com esses problemas aqui, com esses esgotos. Ninguém pode comer… Quando se ‘bota’ uma colher de comida na boca, entra aquela catinga dos esgotos e ninguém vem tomar uma providência. Esse ano, eu tive que sair daqui, fui para casa de meu filho porque eu não poderia ficar aqui. Encheu tudo de água, tive que sair daqui, tirar minhas coisas. A pessoa tem uma casa e ter que sair por causa desses esgotos? O prefeito (Edson Vieira) prometeu que vinha ajeitar isso aqui e até agora nada” e completou: “Quero fazer uma pergunta ao prefeito: se fosse na sua porta, o que era que o senhor fazia? O senhor ia deixar o esgoto tomar de conta da sua casa ou faria o serviço? O senhor ficou de fazer, a prefeitura tem condição de fazer.” – disse Seu Antônio.
“Passamos um mês e pouco (fora de casa) vendo se as chuvas diminuíam. Deu água até aqui assim (cerca de 40 cm de altura). Perdi meu colchão, meu ventilador, outras coisas que nem me lembro o que foi. Isso aí ninguém vem, repor, dizem que é uma besteira, mas isso foi comprado com meu suor… Foi meu rack, que ficou alagado lá no quarto, mas eu precisava. O prejuízo que tivemos aqui é mais de R$ 3 mil só de sacrifício, de pagamento para limpar aqui” – disse Dona Socorro.
Ainda segundo outras moradoras, a incidência de crianças doentes no local é grande, especialmente por conta do contato frequente com o saneamento a céu aberto.
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Durante a visita da equipe, foram flagrados diversos problemas, especialmente na área destinada a fazer o acúmulo de dejetos.
De acordo com moradores, duas bombas que são utilizadas para fazer a retirada dos dejetos acumulados no local (que apresenta diversas rachaduras e uma parte que já cedeu, devido à queda de parte do muro) foram consertadas recentemente. Mesmo que ligadas uma vez por dia, elas apenas amenizam o problema em toda a rua.
Moradores também denunciam a falta de coleta, de forma adequada, dos dejetos acumulados. Segundo eles, assim que as bombas são ligadas assim que as bombas são ligadas, os dejetos são bombeados para caixas de esgoto nas proximidades e depois escorrem, mais uma vez a céu aberto, para uma grande vala que desagua em um riacho próximo, cerca de 800 metros de distância.
A vala, segundo moradores, foi aberta a três meses e uma rede de tubulação chegou a ser feita com manilhas para conduzir os dejetos até o riacho, mas as obras foram suspensas há várias semanas.
Crianças e adolescentes, que usam de um campinho de futebol ao lado da vala, reclamam do mau-cheiro e que colegas já ficaram doentes em virtude dos problemas mensurados.
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Outro fato que chama a atenção é que na área onde ficam as bombas, que retiram os dejetos acumulados ao córrego, não existe qualquer medida que promova o isolamento do local.
A tampa da caixa de força, responsável por fazer a ligação manual do equipamento, foi flagrada amarrada com um arame e os disjuntores não possuíam qualquer proteção.
Já na bomba em si, a fiação elétrica não possui qualquer segurança, já que a área por onde passam os fios tem uma grade, mas sequer está fechada com um cadeado e sim com um fio. Já no poço onde fica a bomba, a tampa que antes existia foi totalmente corroída pela ferrugem.
O risco de acidente é eminente, já que há diversas crianças que transitam pelo local.
Confira também entrevistas com moradores, que desabafam com a nossa equipe:
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