23
outubro

Os dois lados de uma polêmica


Presidente da CCTA nega existência de esquema de propina denunciado pelo vereador Carlinhos da Cohab

 

Presidente da CCTA - Roberto Ferreira

Foto: Thonny Hill

Na manhã desta sexta-feira (23), nossa equipe conversou com o presidente da Cooperativa dos Toyoteiros de Santa Cruz do Capibaribe (CCTA), Roberto Ferreira (foto).

 

O assunto foram as declarações do vereador de oposição Carlinhos da Cohab (PSL), que alegou ter recebido denúncias e provas de que estaria ocorrendo um suposto esquema de propina envolvendo a agentes de trânsito municipais e a CCTA.

 

O que denuncia Carlinhos da Cohab

 

Em contato com o vereador, nos foi dito que os agentes de trânsito intensificariam as fiscalizações a toyoteiros que não fazem parte da CCTA e de outras cidades que vem aqui buscar passageiros, dando preferência apenas aos que fazem parte da Cooperativa e que estão pagando os agentes.

 

Carlinhos questionou também o porquê, segundo ele, desses agentes de trânsito atuarem nos horários de folga com o fardamento cedido pela prefeitura municipal, inclusive com o talão para aplicação de multas.

 

O vereador questiona, segundo ele, o fato dos toyoteiros que já pagam seu alvará terem que pagar, mais uma vez, por um serviço em que, segundo ele, os agentes de trânsito já recebem para fazer tal fiscalização contra toyoteiros de outras cidades.

 

A denúncia foi levantada no programa semanal “Oposição em Ação” e novamente repercutida na Câmara de Vereadores, quando o político fez uso da tribuna da Casa de Leis.

 

A resposta do presidente da CCTA

 

Durante a entrevista, Roberto citou que o vereador não o procurou para falar sobre as denúncias e negou que exista um esquema de propina aos agentes de trânsito.

 

Roberto relatou que procurou o prefeito Edson Vieira (PSDB) para relatar as dificuldades que, segundo ele, os toyoteiros locais vem enfrentando com a perda de passageiros para toyoteiros de outras cidades.

 

“Se o prefeito não tivesse cedido os guardas municipais (agentes de trânsito), a gente poderia procurar os policiais ou empresas de segurança para fazer o trabalho. Só aqui em Santa Cruz existe esse vandalismo de carros de lotação de outras cidades circulando aqui. Em Caruaru, temos 56 ruas que não podemos ir e em Santa Cruz, todo mundo invade. Depois que fizemos esse convenio, carregávamos três ou quatro Toyotas (com passageiros) e hoje temos na base de 20 a 25 carregando” – disse.

 

Roberto também citou que, quem tinha feito essas denúncias ao vereador seriam pessoas que estão em situação irregular e que estão dentro da própria associação.

 

“O vereador Carlinhos da Cohab foi ouvir dois ou três toyoteiros. Esses toyoteiros estão em situação irregular porque eu tenho certeza quem foi. Ele deixou de atender 180 toyoteiros para atender 20” – disse. Roberto, completando que, entre os autores dessas denúncias, estão pessoas que também não pagariam o alvará para rodar regularmente no município.

 

Convênio foi feito diretamente com o Sispol e não há irregularidades, diz Roberto

 

Durante a entrevista, Roberto citou que o convênio com os agentes de trânsito para realizar o trabalho de fiscalização aos toyoteiros foi feito, diretamente, com o Sispol.

 

O presidente afirmou que tudo é tabulado com recibos e que não existe um valor fixo para ser arrecadado entre os sócios da CCATA. Cada um dá a quantia que desejar e a quantia arrecadada fica de responsabilidade da Cooperativa (sem o contato do toyoteiro com os agentes) e o valor pago aos agentes seria de R$ 80,00 para cada um.

 

Roberto citou que não vê irregularidades no processo, citando que, segundo ele, se ter um trabalho fora da jornada de expediente é algo comum, citando como exemplo policiais que possuem outra jornada de trabalho após prestar serviço.

 

Agentes trabalham durante folga, mas usam do fardamento de trabalho, diz presidente

 

Questionado, o presidente da CCTA confirmou que os agentes de trânsito cedidos para fazer essa fiscalização aos toyoteiros trabalham durante o dia de folga do Sispol, mas fazem uso do fardamento normal de trabalho, que é cedido pela Prefeitura.

“Antes, eu queria procurar a Polícia Militar ou essas empresas que é de segurança. O que é que falaram: não poderia porque não pode multar. A gente não está multando ninguém. Se ele estiver irregular, o próprio (toyoteiro) da cooperativa (CCTA) está sendo multado também porquê? Eu acho que é correto também ele estar com o fardamento porque não fiscaliza só os invasores de fora, mas a cooperativa está sendo fiscalizada” – disse.

 

Questionado mais uma vez, no tocante a esses agentes de trânsito cedidos com esse convênio estarem aplicando multas, o presidente respondeu:

 

“Eles fazem a fiscalização de quem está irregular. Não repassaram para mim se estão aplicando multas, mas eu acho que, mesmo se aplicassem, se eles parassem e (toyoteiros) estiverem sem habilitação, tiverem irregular, eles (os agentes) teriam direito de aplicar multa. Eu não posso responder, porque eu não estou sabendo” – frisou.

 

Vereadores não estão preocupados com a classe dos toyoteiros, diz presidente da CCTA

 

Na etapa final da entrevista, Roberto chegou a fazer uma crítica a Carlinhos da Cohab e aos demais vereadores do município que, segundo ele, não estão interessados nas dificuldades enfrentadas no dia a dia desses profissionais.

“Eu vejo vereador se incomodando com algum gasto da cooperativa… Então procure uma forma de ajudar, fiscalizar, sem que a gente esteja com um gasto ou com uma gratificação, que não é uma propina; que eu digo que não é. Então o Moda Center está dando propina também?! Que é a mesma forma do Moda Center, que é tudo assinado. Então 17 vereadores que tem aí, façam alguma coisa pela cooperativa, pela CCTA.” – disse.

 

Roberto citou que a medida de adoção do convênio foi uma forma de fixar pontos até mesmo para os toyoteiros trabalharem.

 

Confira a entrevista na íntegra, clicando no link a seguir: >>> EntrevistaRobertoFerreira-CCTA.

 

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