16
outubro
Novas denúncias, cobranças por CPIs e eleição para nova Mesa Diretora marcam sessão na Câmara, em Santa Cruz
Na tarde desta terça-feira (16) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores. Na sessão, foram discutidos e votados 27 projetos de lei e alguns requerimentos. Dos 17 vereadores, 15 deles estavam presentes, porém apenas Helinho Aragão não fez uso da tribuna.
Quanto aos discursos, mais uma vez o tema ‘eleições para a nova presidência do Legislativo’ esteve presente. Dos vereadores que tocaram no assunto, o alvo era definido: a bancada de vereadores formada por Helinho Aragão (PTB), Capilé (Podemos) e Augusto Maia (Podemos).
A sessão também teve espaço para novas denúncias e também para cobranças pela implantação de novas CPIs, que ganharam ainda mais força após o presidente Zé Minhoca (PSDB) e também a Câmara terem sido intimados judicialmente sobre o porque por não ter começado os trabalhos de investigação sobre supostas irregularidades associadas ao Calçadão Miguel Arraes.
Confira os principais discursos:
ELEIÇÃO PARA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
No seu discurso, a vereadora voltou a falar no tema das eleições para a nova Mesa Diretora da Câmara. Sinalizando para que Helinho, Capilé e Augusto Maia se unam a bancada de Edson Vieira para formar maioria na Casa, ela fez críticas aos vereadores que são apoiadores de Diogo Moraes (PSB).
“Não vejo ninguém fazendo concessão aos senhores e o resultados das urnas os engrandeceram, Helinho, Capilé e Augusto. Os senhores não elegeram candidatos, mas caíram de pé” e completou: “Cuidado nesses enganadores de serpentes. Estão dizendo que vão apoiar os senhores em 2020, mas onde fica Fernando Aragão? Só vejo muita gente aqui querendo se beneficiar” – disse.
Em um dos pontos de seu discurso, Marlos rebateu as falas se Jessyca Cavalcanti quanto ao aceno para que a bancada de Edson Vieira possa compor com os três vereadores que apoiam José Augusto Maia para conseguir maioria na disputa pela presidência da Câmara.
“Nenhum vereador aqui é satisfeito porque aqui está correndo frouxo por não ter um presidente de Oposição. Ele (o prefeito Edson Vieira) já deixou mais de R$ 30 milhões (de prejuízo) aos cofres públicos e assim se elege qualquer um. Ela nunca defendeu vereador de Oposição e agora vem fazer esse jogo” – disse, completando que o diálogo com Helinho, Capilé e Augusto Maia já está em andamento.
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NOVAS DENÚNCIAS E COBRANÇAS POR IMPLANTAÇÃO DE CPIS
As novas denúncias partiram de vereadores de Oposição, também direcionadas contra a gestão do prefeito Edson Vieira.
A primeira das denuncias foi feita pelo vereador Marlos da Cohab. De acordo com ele, a gestão do prefeito Edson Vieira já teria gasto cerca de R$ 5 milhões com pagamentos, a três empresas, em contratos para locação de veículos ao município.
“Ele é desorganizado e desonesto com o dinheiro publico. Responde processo na KMC por ter trazido uma empresa fantasma para locação de veículos e ainda não respeita a justiça. Para arrumar dinheiro para essa campanha (de sua esposa, Alessandra Vieira) ele fez de tudo. Fez um novo contrato com empresa de locação e sabe quanto ele gastou até setembro de 2018? Quase cinco milhões. Se for pegar esse valor e dividir por veículos, dá pra comprar uma frota de 130 carros populares” – disse.
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No seu discurso, o vereador mostrou uma notificação por ele recebida da justiça, de uma decisão que lhe seria favorável ao pedido de abertura de CPI sobre o escândalo das locações de veículos.
O caso foi denunciado ainda no primeiro governo do prefeito Edson Vieira, onde a prefeitura teria feito contratos de locação de veículos com uma suposta empresa laranja.
“O desembargador Demóstenes Reinaldo Filho diz que eu, mais uma vez, estava com a verdade. Aquela CPI que o Dr. Tito Lívio entendeu que não era para ser instalada, que a KMC não era para ser investigada aqui, eu recorri. A justiça tarda, mais não falha. De imediato tem que ser aberta a CPI da KMC. Tanto me criticaram, mas vamos colocar e vamos correr atrás” – disse.
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De acordo com o vereador, o prefeito Edson Vieira teria usado do consórcio de municípios Coniape, ao qual é presidente, para promover contratações de forma irregular, em Santa Cruz e em outras prefeituras.
As contratações, segundo ele, teriam como objetivo garantir a eleição da primeira dama Alessandra Vieira (PSDB).
“Ele contratou muita gente de outras cidades, para se fazer política e cumprir compromissos e Jataúba, Taquaritinga e Brejo, gerando um super dimensionamento de gente no Coniape, que agora está atrasando salários. Recentemente, o Ministério Publico de Pernambuco, sediado na cidade de Caruaru, pediu investigação contra o Coniape quanto a dinheiro depositado por algumas prefeituras. Faço um alerta a Santa Cruz e a São Joaquim do Monte, que estão burlando a lei sobre o limite de quantas pessoas podem trabalhar nas prefeituras. Vai vir muita coisa pesada por aí” – disse.
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O vereador do PSB rebateu algumas falas de Jessyca Cavalcanti, quando esta citou que a gestão do prefeito Edson Vieira teria avançado na educação pública municipal.
Ela destacou como exemplos desses avanços a divisão de parte dos recursos dos precatórios com a categoria, a criação do Centro de Educação Infantil, os reajustes anuais de salários, requalificação de escolas e também as capacitações.
Porém Junior Gomes rebateu, citando falas atribuídas ao prefeito quanto à suposta liberação de recursos, por parte do Governo Federal, para conclusão de três creches nas localidades do Acauã, Dona Lica II e São José. Junior cobrou da prefeitura onde estariam tais recursos, já que segundo ele as obras estão paradas.
“Observamos o discurso de Jessyca e não sei por qual motivo, ela se esqueceu de falar dessa falta de prioridade com a gestão desses três equipamentos que poderiam atender as demandas em vários bairros. Esse é o retrato real da educação em Santa Cruz. Os 11 vereadores de Oposição estarão visitando esses locais e elaborarão um relatório sobre tudo de absurdo de acontece nessas construções, para que possamos encaminhar ao Ministério Público”.