13
dezembro

Entrevista com o deputado federal Silvio Costa


Deputado se diz descrente em candidatura única das oposições em PE e cita adesão de José Augusto Maia a nova sigla

Foto: Janielson Santos

Em entrevista concedida ao Blog, diretamente de seu gabinete em Brasília, o deputado federal Silvio Costa (Avante) falou sobre a conjuntura política das oposições em Pernambuco, com foco para as eleições 2018.

A entrevista foi concedida após a repercussão do evento “Pernambuco quer mudar”, ocorrido em Recife na última segunda-feira (10). O ato reuniu vários líderes e partidos políticos contrários ao governador Paulo Câmara (PSB), que pretende disputar a reeleição no próximo ano.

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Posicionamento político e apoio a Armando Monteiro

O deputado frisou que não participou do ato político em Recife, porém citou que defende a formação de uma “Frente de Esquerda” como forma de se enfrentar a provável candidatura de Paulo Câmara.

“Defendo que a gente junte o PTB, PT, PDT, PCdoB e a gente apoie Armando para governador. É isso que vou continuar defendendo até as convenções e foi por isso que não participei do evento” – disse.

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Proximidade de Armando Monteiro com o PSDB e o DEM e descrença de candidatura única nas oposições

Diante da resposta, Silvio foi questionado sobre como seria possível essa união de legendas, já que, no evento, foi revelado uma aproximação de Armando também com o PSDB, que tem o então ex-ministro e deputado federal Bruno Araújo, e também o Democratas, de Mendonça Filho.

Questionado se ele (Silvio) continuaria nessa conjuntura tendo a escolha deles como Armando para governador, ele disse:

“Primeiro, se tem uma leitura equivocada. Eles se reuniram e não houve lançamento de candidatura. O que Armando tem dito é que ele quer trabalhar para ampliar o conjunto das oposições. Observe que Mendonça Filho era da base aliada de Paulo Câmara, o Bruno Araújo também, Fernando Bezerra Coelho… Oposição éramos nós; foram eles que vieram!” – disse.

Ainda segundo ele, o evento foi de ampliação das oposições e voltou a defender a formação de uma frente de esquerda.

“Defendo candidaturas múltiplas, que as oposições tenham duas ou três candidaturas. Eu acho que a gente, na política acima de tudo, é um conjunto de paciência. Temos que esperar chegar 2018” – frisou.

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Possibilidade de disputar o Governo do Estado, caso Armando não seja o candidato

Questionado frente a declarações concedidas em entrevista na Polo FM de que ele poderia ser também candidato a Governador, Silvio continuou a defender o nome de Armando Monteiro como sendo “o mais preparado” para a disputa, se colocando como pré-candidato ao Senado.

Mais uma vez, questionado se ele teria objeção a nomes que estavam no evento “Pernambuco quer mudar” e sobre como ele ficaria em um cenário de candidatura única das oposições, não sendo Armando o candidato a governador, mas outro nome apoiado por ele a exemplo de Bruno Araújo ou Mendonça Filho, ele disse:

“Não tenho nenhum problema pessoal com eles; muito pelo contrário. Tenho uma relação boa, mas o problema é de definição de política. O problema é que esse conjunto… A única coisa que nos une nesse momento é a oposição a Paulo Câmara, mas Mendonça, Bruno, Fernando Filho, Fernando Bezerra…. Todos eles são ligados a Michel Temer e isso é verdade; é um fato” – frisou, completando que esperaria uma posição do PT de Pernambuco.

Mais adiante, Silvio citou que acha muito difícil uma aliança entre Armando, Bruno, Mendonça e outros acontecerem diante de uma candidatura única, porem citou que atitude tomaria diante dessa possibilidade:

“O que escuto do PT, todos os dias, é que eles não votam em golpistas. Os maiores são a turma do PSB. Tem dois tipos de golpistas: os coerentes, que é a turma do PSDB e do DEM, esses caras são coerentes porque faziam oposição a Dilma, deram o golpe e foram para o governo; e também os golpistas incoerentes, que é a turma do PSB, que deram o golpe e foram para Oposição. Quando eles deram o golpe na presidente Dilma, de cara eles pegaram quatro ministros de Pernambuco: Mendonça, Bruno, Raul Jungmann e Fernando Filho. Disseram: Ih, rapaz! Esse jogo não dá para a gente não!’. Fizeram uma inflexão, mudaram de lado e foram fazer essa ‘pseudoposição’ ao Michel Temer, mas esses caras são os maiores responsáveis pelo Governo Temer” – disse.

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José Augusto Maia em nova legenda para 2018?

Silvio foi questionado sobre como seriam a busca de votos em cidades da região, incluindo Santa Cruz do Capibaribe, para viabilizar a eleição da dobradinha Silvio Costa (para o senado) e Silvio Costa Filho (para deputado federal).

Falando especificamente de Santa Cruz, Silvio citou que Santa Cruz também estaria nesse plano, mas destacou sua relação política com José Augusto Maia, reconhecendo o compromisso dele em continuar a apoiar Ricardo Teobaldo para deputado federal.

Ainda falando em 2018, Silvio destacou que Maia estaria certo em disputar o posto de deputado estadual na sua legenda, saindo assim do Podemos (antigo PTN).

“Temos dialogado e ele é candidato a estadual pelo Avante e acho que ele vai se eleger. Estamos elaborando uma chapa e, neste momento, temos 43 candidatos e vamos eleger quatro ou cinco deputados. Quem tiver 22 ou 23 mil votos no Avante, vai se eleger. Eu acho que Zé vai se eleger e pode colocar aí: está certo. Já conversei com Zé e ele já bateu o martelo. Ele virá para o Avante sim!” – frisou.

Silvio completou que essa entrada de José Augusto na nova legenda não o obrigaria a trocar o seu atual apoio a deputado federal.

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Outro assunto: Reforma da Previdência

Questionado sobre como estaria o clima para a votação da Reforma da Previdência e se isso poderia acontecer ainda esse ano, Silvio citou que, mesmo que houvesse votação, a base de Michel Temer não teria os 308 votos necessários.

“O Michel Temer pode até vender o Palácio do Planalto e ele não aprova, não tem esses votos (…). Para se fazer a Reforma da Previdência, é preciso ter o veredito das urnas, um debate sério, uma conversa reta com as pessoas; coisa que esse governo não tem moral para isso. Por isso, que não vai ser aprovada essa Reforma da Previdência” – concluiu.

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