Foto: Janielson Santos
Em entrevista concedida ao Blog, diretamente de seu gabinete em Brasília, o deputado federal Silvio Costa (Avante) falou sobre a conjuntura política das oposições em Pernambuco, com foco para as eleições 2018.
A entrevista foi concedida após a repercussão do evento “Pernambuco quer mudar”, ocorrido em Recife na última segunda-feira (10). O ato reuniu vários líderes e partidos políticos contrários ao governador Paulo Câmara (PSB), que pretende disputar a reeleição no próximo ano.
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O deputado frisou que não participou do ato político em Recife, porém citou que defende a formação de uma “Frente de Esquerda” como forma de se enfrentar a provável candidatura de Paulo Câmara.
“Defendo que a gente junte o PTB, PT, PDT, PCdoB e a gente apoie Armando para governador. É isso que vou continuar defendendo até as convenções e foi por isso que não participei do evento” – disse.
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Diante da resposta, Silvio foi questionado sobre como seria possível essa união de legendas, já que, no evento, foi revelado uma aproximação de Armando também com o PSDB, que tem o então ex-ministro e deputado federal Bruno Araújo, e também o Democratas, de Mendonça Filho.
Questionado se ele (Silvio) continuaria nessa conjuntura tendo a escolha deles como Armando para governador, ele disse:
“Primeiro, se tem uma leitura equivocada. Eles se reuniram e não houve lançamento de candidatura. O que Armando tem dito é que ele quer trabalhar para ampliar o conjunto das oposições. Observe que Mendonça Filho era da base aliada de Paulo Câmara, o Bruno Araújo também, Fernando Bezerra Coelho… Oposição éramos nós; foram eles que vieram!” – disse.
Ainda segundo ele, o evento foi de ampliação das oposições e voltou a defender a formação de uma frente de esquerda.
“Defendo candidaturas múltiplas, que as oposições tenham duas ou três candidaturas. Eu acho que a gente, na política acima de tudo, é um conjunto de paciência. Temos que esperar chegar 2018” – frisou.
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Questionado frente a declarações concedidas em entrevista na Polo FM de que ele poderia ser também candidato a Governador, Silvio continuou a defender o nome de Armando Monteiro como sendo “o mais preparado” para a disputa, se colocando como pré-candidato ao Senado.
Mais uma vez, questionado se ele teria objeção a nomes que estavam no evento “Pernambuco quer mudar” e sobre como ele ficaria em um cenário de candidatura única das oposições, não sendo Armando o candidato a governador, mas outro nome apoiado por ele a exemplo de Bruno Araújo ou Mendonça Filho, ele disse:
“Não tenho nenhum problema pessoal com eles; muito pelo contrário. Tenho uma relação boa, mas o problema é de definição de política. O problema é que esse conjunto… A única coisa que nos une nesse momento é a oposição a Paulo Câmara, mas Mendonça, Bruno, Fernando Filho, Fernando Bezerra…. Todos eles são ligados a Michel Temer e isso é verdade; é um fato” – frisou, completando que esperaria uma posição do PT de Pernambuco.
Mais adiante, Silvio citou que acha muito difícil uma aliança entre Armando, Bruno, Mendonça e outros acontecerem diante de uma candidatura única, porem citou que atitude tomaria diante dessa possibilidade:
“O que escuto do PT, todos os dias, é que eles não votam em golpistas. Os maiores são a turma do PSB. Tem dois tipos de golpistas: os coerentes, que é a turma do PSDB e do DEM, esses caras são coerentes porque faziam oposição a Dilma, deram o golpe e foram para o governo; e também os golpistas incoerentes, que é a turma do PSB, que deram o golpe e foram para Oposição. Quando eles deram o golpe na presidente Dilma, de cara eles pegaram quatro ministros de Pernambuco: Mendonça, Bruno, Raul Jungmann e Fernando Filho. Disseram: Ih, rapaz! Esse jogo não dá para a gente não!’. Fizeram uma inflexão, mudaram de lado e foram fazer essa ‘pseudoposição’ ao Michel Temer, mas esses caras são os maiores responsáveis pelo Governo Temer” – disse.
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Silvio foi questionado sobre como seriam a busca de votos em cidades da região, incluindo Santa Cruz do Capibaribe, para viabilizar a eleição da dobradinha Silvio Costa (para o senado) e Silvio Costa Filho (para deputado federal).
Falando especificamente de Santa Cruz, Silvio citou que Santa Cruz também estaria nesse plano, mas destacou sua relação política com José Augusto Maia, reconhecendo o compromisso dele em continuar a apoiar Ricardo Teobaldo para deputado federal.
Ainda falando em 2018, Silvio destacou que Maia estaria certo em disputar o posto de deputado estadual na sua legenda, saindo assim do Podemos (antigo PTN).
“Temos dialogado e ele é candidato a estadual pelo Avante e acho que ele vai se eleger. Estamos elaborando uma chapa e, neste momento, temos 43 candidatos e vamos eleger quatro ou cinco deputados. Quem tiver 22 ou 23 mil votos no Avante, vai se eleger. Eu acho que Zé vai se eleger e pode colocar aí: está certo. Já conversei com Zé e ele já bateu o martelo. Ele virá para o Avante sim!” – frisou.
Silvio completou que essa entrada de José Augusto na nova legenda não o obrigaria a trocar o seu atual apoio a deputado federal.
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Questionado sobre como estaria o clima para a votação da Reforma da Previdência e se isso poderia acontecer ainda esse ano, Silvio citou que, mesmo que houvesse votação, a base de Michel Temer não teria os 308 votos necessários.
“O Michel Temer pode até vender o Palácio do Planalto e ele não aprova, não tem esses votos (…). Para se fazer a Reforma da Previdência, é preciso ter o veredito das urnas, um debate sério, uma conversa reta com as pessoas; coisa que esse governo não tem moral para isso. Por isso, que não vai ser aprovada essa Reforma da Previdência” – concluiu.
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