11
abril

Denúncias, declaração polêmica de governista e fato curioso marcam reunião da Câmara em Santa Cruz


Fotos: Thonny Hill

Na tarde desta terça-feira (11) foi realizada mais uma reunião ordinária da Câmara de Vereadores em Santa Cruz do Capibaribe. Como já era esperado, a visita do Governador Paulo Câmara (PSB) feita no último sábado (08) predominou a pauta da maioria dos discursos e dos embates.

Outros temas também podem ser destacados. Em alguns discursos de vereadores governistas, foram pautados os 100 dias de gestão do segundo mandato do prefeito Edson Vieira (PSDB). Já pela bancada de Oposição, a retirada de faixas de protesto e a “blindagem” realizada contra manifestantes pela equipe de segurança do governador também renderam algumas discussões.

A reunião também foi marcada por outros dois momentos, sendo um polêmico e outro curioso, protagonizados, respectivamente, pelos vereadores Ronaldo Pacas (PR) e Nailson Ramos (PMDB).

E como não poderia faltar, novas denúncias também foram apresentadas, ambas detalhadas pelo vereador de Oposição, Ernesto Maia (PT). Confira o resumo de cada um desses pontos:

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Os discursos mais relevantes, as denúncias e a polêmica

Dos 17 vereadores, 13 deles fizeram uso da tribuna, sendo que quatro deles (dois de cada bancada) podem ser destacados pela importância maior dos temas apresentados.

Capilé destaca cobranças feitas a governador Paulo Câmara

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O vereador Capilé (PTN) falou das cobranças, segundo ele, feitas ao governador Paulo Câmara (PSB) após o mesmo conceder entrevista na Polo FM.

Ele foi o único da ala de Oposição que entregou 04 ofícios e requerimentos ao político, pontuando as áreas de saúde, segurança e também da duplicação da PE-160. Falando sobre as solicitações, ele também alfinetou os adversários:

“Junior Gomes tinha me desafiado e quero dizer que fui lá ver o governador. Tive essa coragem e vou bater em qualquer porta que seja. Gostaria que vocês, principalmente da Situação, falassem como eu fiz e que não fossem apenas mais um no público” – frisou.

Ernesto Maia afirma que advogado da prefeitura recebeu diária com dinheiro público para tratar de assuntos particulares do prefeito

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No seu discurso, o líder da bancada de Oposição fez a denúncia de que um advogado da prefeitura teria recebido uma diária, paga com dinheiro público, para tratar de assuntos jurídicos, porém, de ordem particular, do prefeito Edson Vieira (PSDB).

De acordo com Ernesto, o advogado teria recebido o valor de R$ 530,00 que seriam utilizados na despesa de uma viagem realizada ao Recife em 10 de janeiro deste ano. A viagem seria a um escritório de advocacia que não defende interesses da prefeitura e sim o prefeito, frente a denúncias.

“Acusamos o prefeito de pagar escritórios de advogados com a justificativa de defender o prefeito em outras instâncias. Na justificativa da diária, isso é uma cópia do portal Tome Conta, diz que ela se destina a custear despesas com viagem a Recife e com ida ao escritório de Walber Agra. Walber Agra não presta serviço a prefeitura municipal, mas no caso da KMC Locadora. Servidores estão recebendo diárias para visitar o advogado do prefeito” – disse.

Ernesto aproveitou também para passar uma lista, segundo ele, de imóveis que a prefeitura teria contratos de aluguel. Na lista, foram declarados 52 imóveis e uma ajuda de custo a imóveis para médicos do programa “Mais Médicos”. O valor gasto por ano seria de R$ 1.686.520,00 por ano.

Junior Gomes cobra interdição da rodoviária e sugere implantação de um novo em local alugado

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No seu discurso, Junior Gomes (PSB) fez sua defesa aos avanços, segundo ele, conquistados pelo governo Vieira e pelo Governo do Estado, como a retirada de barracas, conclusão da Central de Feiras e Mercados e o Calçadão Miguel Arrares.

Já na parte de cobranças, o vereador fez seu apelo direcionado a Jessyca Cavalcanti (PTC), para que seja viabilizada pelo prefeito uma nova rodoviária no município.

“É no centro da cidade, servindo muitas vezes para usuários de drogas. Um nojo só, porque não tem higiene aquilo ali, não tem estrutura de nada e veja: a prefeitura vai inaugurar agora, ou daqui há um mês ou dois, um Centro de Educação Infantil. Estão ali as crianças e, no Centro da cidade, uma rodoviária que não serve para nada. Vossa excelência, na condição de líder do governo, faço um clamor para que a prefeitura veja uma forma, junto ao Governo do Estado, possa interditar aquilo ali. Aquilo não serve para nada, é uma vergonha. Tem que se cobrar ao Governo do Estado para que se construa uma rodoviária decente” – disse.

De acordo com Junior, foi sugerido ao prefeito que alugue um espaço para que uma nova rodoviária fosse instalada e o local, onde funcionou a fábrica de Ernando, na Rua Maestro Alexandre, poderia ser uma opção viável enquanto outra não fosse construída. Para Junior, o local poderia servir como uma nova escola ou uma área para cursos profissionalizantes.

Ronaldo Pacas faz defesa polêmica de militares que arrancaram (e jogaram no Riacho Tapera) faixas afixadas em protesto contra Paulo Câmara

O discurso do vereador governista Ronaldo Pacas (PR) também rendeu polêmica, graças ao argumento usado pelo mesmo em defesa da equipe da Casa Militar, que foi flagrada em vídeo arrancando faixas de protesto ao governador Paulo Câmara.

O vídeo, que mostra a equipe arrancando as faixas e jogando-as da ponte sobre o Riacho Tapera, repercutiu na imprensa a nível estadual, inclusive com deputado de oposição cobrando para que a conduta dos militares fosse investigada, alegando censura. No trecho polêmico, Ronaldo disse o seguinte:

“É muito bom a gente jogar o povo, pegar a imprensa, jogar contra o povo as pessoas que, por vezes, não tem conhecimento… Mas temos aqui, e foi votado também por Ernesto Maia, a nossa Lei 2.216/2013 (…). Ela dispõe sobre a veiculação de anúncios e sobre ordenamento de publicidades no espaço urbano do âmbito do município de Santa Cruz. Se vossa excelência buscar agora, vai ver que no Artigo 8º, diz o seguinte e ninguém passou para a imprensa; “É proibida a instalação de anúncios em I) Leitos dos rios e cursos de água, além de reservatórios, vide parques, praças e logradouros públicos; salvo os anúncios institucionais, que sejam proporcionais, públicos. II) Proibido em postes de iluminação pública, rede de telefonia (inclusive cabines telefônicas), torres ou postes de transmissão de energia elétrica, de água e similares, faixas ou placas acopladas a sinalização de trânsito em obras públicas de arte tais como pontes, passarelas; ainda que de domínio Estadual ou Federal. Material político, não sei lhe dizer, as faixas afixadas em uma ponte pública, estadual ou federal… Tá aqui na Lei e vossa excelência não prestou atenção a esses fatos (…) No momento em que elas foram afixadas, o local era inviável. Poderiam ter ido protestar em frente a Polo, naquelas residências com faixas lá onde vossa excelência teve seu programa barrado” – disse.

O fato curioso

O fato curioso que chamou a atenção está relacionado ao vereador governista Nailson Ramos. Durante a leitura dos requerimentos, alguns de sua autoria que solicitavam o calçamento de ruas em vários pontos do município, pelo menos 03 deles foram rebatidos por vereadores.

Em um deles, o mesmo chegou a solicitar que a rua onde reside o vereador Augusto Maia (PTN) fosse calçada, sendo que, segundo o Oposicionista, ela já seria calçada. Os requerimentos com as falhas alegadas foram retirados da pauta.

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