04
abril

Baixaria, desatenção e votação com polêmicas marcam mais uma sessão da Câmara de Santa Cruz


Fotos: Thonny Hill

Na tarde desta terça-feira (04) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores em Santa Cruz. A sessão contou com 15 dos 17 vereadores, onde foram discutidos 23 projetos de Lei, todos eles de autoria dos edis.

Dos projetos, dois deles que não estavam na pauta foram acrescentados devido a pedidos da vereadora Jessyca Cavalcanti e foram eles que esquentaram as discussões, sendo o PL 050/2017 (que fixa os subsídios dos secretários de governo) e também o PL 047/2017 (que coloca o nome de Escola Profa. Evanir Patriota Cordeiro a antiga Escola Estadual Profa. Maria do Socorro Aragão Florêncio, que voltou a ser do município).

A sessão também foi marcada pelo tom de provocações e um episódio de baixaria, graças a forma de como os embates foram postos, seja na hora do uso da tribuna, como também fora dela. Confira os principais momentos:

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1) A baixaria

Marlos, Carlinhos e Irmão Val

O fato lamentável teve como protagonistas os vereadores de oposição Marlos da Cohab e Carlinhos da Cohab, assim como o governista Irmão Val. Último a discursar, Marlos voltou a atacar Irmão Val e afirmou que seu adversário o teria provocado ao fazer uma suposta imitação do oposicionista na reunião anterior e também em tê-lo apelidado de “Louro José”.

“O irmão Val, que se diz um homem de Deus, chegou aqui na semana passada e, em vez de estar cobrando o prefeito dele, veio cobrar e fazer imitações do vereador Marlos. Essa parte do senhor imitar, eu até concordo, mas vossa excelência tem que comprar uma batina e uma bengala e imitar o padre Cícero do juazeiro. Que aí, o senhor estará imitando a pessoa certa” – disse e completou mais adiante: “O senhor me chamou de Louro José e eu até aceito; o que eu não aceito e nunca vai aceitar é ser um pau mandado de um governo corrupto que o senhor participa” – concluiu.

Irmão Val tentou um aparte para rebater as provocações, que foi negado, mas a discussão se seguiu mais adiante. Sentado ao lado de sua bancada e também em tom de provocação, Carlinhos da Cohab soltou a seguinte frase:

“O que o senhor tem contra o “Padre Cícero”, que o senhor ficou zangado aí?!”.

Do outro lado e visivelmente irritado, Irmão Val emendou:

“O que o senhor tem contra o “Peido na boca” também?!”- disse, sendo interrompido com o coro da plateia e também de alguns aplausos.

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2) A reprovação de Zé Minhoca

Em seguida, diante do episódio, o presidente Zé Minhoca se posicionou, reprovando a atitude dos três. O posicionamento se seguiu após um comentário do blogueiro Marcondes Moreno, que afirmou, em tom de voz mais alto, que a Casa merecia mais respeito e não virar um picadeiro de circo.

“Que isso sirva de lição. Isso aqui não está parecendo duas alas políticas, mas sim duas alas de time de futebol e um futebol de quinta categoria. Repensem suas atitudes para que possamos honrar o que nós recebemos” – pontuou o presidente.

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3) A aprovação do PL 050/2017, o “cochilo” e a contestação da bancada de Oposição

 

Momento em que Deomedes se manifesta pela bancada de Oposição

Com o terminar dos discursos, começaram então as discussões em torno dos projetos de Lei. Ao chegar ao PL 050/2017, este que fixa os subsídios (ou salários) a serem recebidos pelos secretários de governo, alguns fatos chamaram a atenção.

O primeiro deles foi a forma de como o presidente da Casa, o vereador Zé Minhoca, fez o rito regimental. Normalmente, antes de colocar um projeto em votação, o presidente diz os termos “Em discussão” e “Em votação”, mas aguarda alguns segundos ao dizer cada termo e não havendo manifestação, o declara como “Aprovado por unanimidade”.

Porém, o procedimento foi feito de maneira mais rápida que o habitual. Zé Minhoca não chegou a dizer o termo “Em discussão”, mas sim “Em votação”, seguido de “Aprovado”.

Ao ouvir do presidente que o projeto foi declarado aprovado, Deomedes se manifestou afirmando que sua bancada seria contra e a sessão esquentou.

A não-manifestação da Oposição foi vista como “um cochilo” por parte dos governistas. Já a Oposição contestou, declarando que a forma como o procedimento foi adotado pelo presidente teria tirado a oportunidade de discutir e votar contra o projeto.

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4) A desatenção de Capilé

O vereador de Oposição Capilé, após o projeto ser declarado como aprovado, também contestou, afirmando que a vereadora Jessyca não teria pedido que o tema fosse posto na pauta.

Jessyca rebateu, afirmando que teria sim solicitado a inclusão. De fato, a solicitação aconteceu ainda no começo da sessão.

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5) A longa discussão em torno da “Escola sem nome” e a ausência de Zé Minhoca

 

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Em seguida, foi discutido o PL 043/2017, que dá um novo nome a antiga Escola Estadual Maria do Socorro Aragão (escola em frente à antiga cadeia pública), que voltou a ser do município.

A vereadora Jessyca, que é autora do novo projeto, propôs o nome de Escola Municipal Profa. Evanir Patriota Cordeiro ao prédio, nome este contestado pela bancada de Oposição e também pelo vereador governista Dr. Nanau.

Para eles, o nome não deveria ser mudado em virtude de uma preservação histórica envolvendo o nome da professora Maria do Socorro. Já a vereadora alegou que o fato da escola ter sido devolvida a colocaria como uma escola extinta e que a falta de um nome, há mais de dois meses, estaria prejudicando, inclusive, famílias que dependem do Bolsa Família.

Segundo ela, no cadastro dos filhos dependentes do programa federal, é necessária a inclusão do nome da escola. Após as discussões, o projeto do “Novo Nome” acabou sendo aprovado em duas votações, sendo a primeira delas com o placar de 08 votos favoráveis e 07 contrários.

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Um fato que chamou a atenção é que o presidente Zé Minhoca se ausentou nesta votação, que passou a ser presidida por Ronaldo Pacas. A ausência foi criticada por Carlinhos da Cohab e a votação, que seria empate em 07 a 07, foi decidida com o “voto de minerva”, dado por Ronaldo.

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6) Oposição abandona o plenário

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Com o encerramento da sessão por Ronaldo Pacas, foi aberta então uma sessão extraordinária ainda presidida pelo mesmo e o projeto foi, mais uma vez, colocado para sua segunda votação.

Com a abertura da sessão, a Oposição deixou o plenário e a votação seguiu com a volta de Zé Minhoca para assumir a presidência. A votação seguiu com a abstenção do presidente, mas com os 07 votos favoráveis dos que ficaram.

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E para fechar…

Com o fim dos trabalhos, nossa equipe encontrou, do lado de fora, os vereadores Carlinhos da Cohab e Irmão Val, que estavam acertando suas diferenças no plenário.

Irmão Val declarou que se excedeu em seu comentário contra Carlinhos e que faria uma retratação ao usar da tribuna na próxima sessão. Já Carlinhos, por sua vez, aparentou aceitar o pedido de desculpas.

Assista a reunião na íntegra:

Um Comentário

  1. antonio carlos disse:

    que reunião produtiva vejam ai que dinheiro bem pago que a populão paga pra esses cidadões faserem uma reunião pra ficarem brincando de botar apelidos uns nos outros pençem nun dinheiro bem investido vereadores tenham vergonha o nivel de vcs

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