17
outubro

Obras paradas em Santa Cruz viram alvo de visitas e geram cobranças por parte de vereadores


Investimentos previstos nas três creches totalizam quase seis milhões de reais

Creche no São José foi a primeira a ser visitada – Fotos: Thonny Hill e Bruna Costa

Na manhã desta quarta-feira (17) um grupo de quatro vereadores de Oposição esteve visitando obras públicas que estão com seus trabalhos parados, em Santa Cruz do Capibaribe.

Os vereadores Junior Gomes (PSB), Ernesto Maia (PT), Joab do Oscarzão (PSD) e Deomedes Brito (PT) visitaram três creches que estão sendo edificadas nas localidades do São José, Dona Lica II e Acauã; obras que contam com investimentos federais e também da gestão municipal.

De acordo com as placas presentes em cada uma das obras, todas já deveriam estar prontas para prestar atendimento a centenas de crianças, porém os prazos não foram cumpridos.

Pontos negativos em comum chamam a atenção: O desperdício do dinheiro público, o fato das obras estarem paralisadas há vários meses de acordo com moradores próximos (sendo a do Acauã há mais tempo parada, mais de oito meses) e também na insegurança, já que os espaços estariam sendo usados, também segundo eles, como pontos para consumo e venda de drogas, além de esconderijo para assaltantes.

Outro ponto que chama a atenção é o montante de recursos públicos que deveriam ter sido destinados em cada creche, que somados dão a quantia de R$ 5.804.372,32 (cinco milhões, oitocentos e quatro mil, trezentos e setenta e dois reais e trinta e dois centavos).

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Mudanças aconteceram, mas…

Durante visita do deputado federal Mendonça Filho (DEM) em 22 de junho de 2017 (foto abaixo), quando este ainda era Ministro da Educação, ele chegou a anunciar que recursos seriam liberados para conclusão das obras nas três unidades.

Desde essa visita, avanços mais significativos aconteceram nas obras presentes nos loteamentos São José e Acauã. No São José, onde antes havia um terreno vazio, existe agora a parte estrutural com paredes erguidas (boa parte delas já rebocadas) e boa parte do muro erguido.

No Acauã, as fundações que antes haviam estão com as obras praticamente na mesma situação que a encontrada no loteamento São José.

Já a creche que está sendo construída no Acauã, além do mesmo andamento das duas anteriores, parte da cerâmica já foi aplicada em algumas paredes.

 

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O que dizem os vereadores

Em entrevistas, os quatro vereadores questionaram o prefeito Edson Vieira (PSDB) sobre onde estariam os recursos que deveriam ser destinados as obras.

De acordo com eles, o prefeito já teria anunciado que os recursos estariam destravados e pontuaram várias críticas:

“O que vimos é uma situação deplorável da gestão pública municipal quanto a educação. Visitamos três creches e vimos algo deplorável. São creches que deveriam estar servindo a população, quase seis milhões investidos pelo Governo Federal, que já chegaram os recursos e que, há muito tempo, já deveriam estar sendo utilizadas” – disse Junior Gomes.

“Lamentamos por essas obras paradas, pois quem está sendo prejudicado é a população. Vamos estar cobrando para que os trabalhos sejam reativados e que isso não aconteça mais. Dois milhões em cada obra dessas e onde está esse dinheiro? Está parado e queremos respostas” – frisou Joab do Oscarzão.

“A falta de segurança está acontecendo nessas comunidades e é para isso que elas estão servindo, para marginais roubarem a própria comunidade. Aqui no Acauã, a última que foi visitada, um morador chegou a nos dizer que, durante a visita de Mendonça Filho, os trabalhadores chegaram na sexta, a visita foi no sábado e, na segunda, todos os trabalhadores foram embora” – frisou Ernesto.

Vamos até a Secretaria de Educação e a prefeitura, para que possam dar satisfação a população. Não pode é chegar esses recursos, tudo estar parado aqui e nem sequer ter um vigia para cuidar. Não pode essas obras estarem abandonadas e o prefeito precisa dar satisfação a sociedade. Chega de conversa” – concluiu Deomedes.

 

A finalidade da visita

De acordo com o vereador Junior Gomes, as visitas as obras foram fotografadas e filmadas, onde deve servir, segundo ele, para que seja confeccionado um relatório para ser entregue tanto ao Ministério Público (Estadual e Federal), como também ao Tribunal de Contas do Estado.

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O que diz a Prefeitura Municipal

Entramos em contato, ainda na manhã desta quarta-feira, com a equipe de assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal. As respostas de cada questionamento realizado foram respondidas, de acordo com a Assessoria, pelo secretário municipal de Educação, Joselito Pedro. Confira:

Blog – Qual o motivo das paralisações?

Joselito – Não existem motivos para as paralisações das obras, na medida que as empresas executam o MEC libera os recursos. Não há pendências por parte da administração.

2 – Existe verba garantida para a conclusão?

Joselito – Sim, o termo de compromisso assinado entre o município e o MEC no valor de 1.955.000,00, para a construção de cada unidade é suficiente.

3 – Qual o cronograma para retomada das obras?

Joselito – A previsão de conclusão é 30/06/2019. As empresas serão notificadas pela paralisação. Uma delas, a do Acauã, existe uma previsão para dezembro agora de 2018.

OBS: Importante frisar que não existe dinheiro em caixa para a obra, o dinheiro vem mediante medição de etapas de trabalho, ou seja, na medida em que a empresa investe na edificação da obra o FNDE liberará verba pós medição.

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