14
maio

“Eu preferia uma boa morte” – afirma Padre Luiz Antônio ao dar a sua opinião sobre presença de padre em disputa política

Em entrevista na última quinta-feira (11) concedida ao podcast intitulado “Sulancast”, o pároco de Santa Cruz do Capibaribe, Luiz Antônio, foi questionado sobre qual seria a sua opinião em relação a presença de padres em disputas eleitorais.

“Eu preferia uma boa morte tipo: ‘morreu um sacerdote que amava e dedicou-se a igreja e vamos para o enterro do padre’, do que eleger o padre” – disse.

Ainda durante a entrevista, o pároco Luiz Antônio comentou e relembrou sobre a presença de Padre Zuzinha nas disputas políticas em Santa Cruz do Capibaribe. Zuzinha foi prefeito do município por dois mandatos (1968-1972; 1977-1982).

“Padre Zuzinha teve seu contexto e isso era uma consequência e fruto de uma época em que a igreja permitia, e ele foi uma exceção de um prefeito em sua época e de seu modo (..) Hoje se qualquer sacerdote optar pela disputa, ele terá que renunciar o uso de ordens, sem exercer nenhum tipo de sacramento, mas depois a igreja foi vendo que não dava certo, quem mais perdia com isso era a igreja, e o sacerdote tem a missão de dar ao povo o que nenhum político nunca vai dar, que é o céu, a salvação, o perdão dos pecados, o amor e a benção” – completou.

Padre Luiz Antônio destacou que a igreja tem que pregar e preservar pela união e não a divisão do seu povo.

“Mesmo que o prefeito seja muito santo, muito bom e muito justo, sem fazer juízo de valor aqui a ninguém, você sabe que na política existe muita corrupção, e no Brasil mais ainda, e havendo corrupção e mesmo não sendo ele, mas sim um dos colaboradores e etecétera, quando viesse o escândalo, a população iria perguntar: era quem? As pessoas responderiam que seria o padre, não ia dizer que era o prefeito, diria que foi padre que roubo e que fez isso, e isso mancha a igreja e divide o povo, a igreja é pra união e não pra ser dividida” – concluiu o pároco.