17
julho

Artigo – Por Adriano Oliveira


COMO INTERPRETAR PESQUISAS?

 

Bancos e corretoras financeiras estão contratando com frequência institutos de pesquisas. O objetivo é verificar o que “pensa” o eleitorado sobre a eleição presidencial. Tal ato é semelhante a diversos competidores que ficam iludidos com a variável Intenção de votos.

Recomendo que bancos, corretoras financeiras e políticos realizem pesquisas eleitorais. O que não vejo como adequado é que as pesquisas realizadas tenham o exclusivo foco na Intenção de voto. Este ato é equivocado. Pois gera turbulência no mercado de ações, produz aparente incerteza eleitoral e criam ilusões eleitorais.

A Intenção de voto é um mero indicador. Esta variável permite ao analista de pesquisa interpretação mínima do comportamento do eleitor. O analista, ao analisar unicamente a Intenção de voto, identifica que o candidato X está à frente de Y, Z, V… Mas ele não descobre em quais condições a disputa eleitoral ocorrerá e quais os sentimentos que os eleitores têm para com competidores e determinados eventos. Estes são os pontos fundamentais.

Decifrar os pontos fundamentais da eleição é a chave para a construção de previsões acertadas e de estratégias eficientes. Bons interpretes de pesquisa dispensam, inicialmente, a Intenção de voto. Um candidato que lidera a disputa eleitoral pode estar nesta posição em razão de que é o competidor mais conhecido. Lidera em virtude de que o incumbente tem a sua gestão mal avaliada. E os que não lideram, assim estão, porque não apresentaram ao eleitor as suas características pessoais, propostas e apoios.

Os contratantes de pesquisas precisam saber que pesquisas qualitativas e quantitativas devem dialogar. Através delas, o estrategista identifica os desejos e sentimentos dos eleitores. Decifra as razões da reprovação do incumbente. Desvenda se candidatos provocam a memória do eleitor. Se existem manifestações de revoltas em parcela do eleitorado, as quais podem orientar o voto emocional para dado candidato. Se crises econômicas amenizam os julgamentos dos eleitores para determinado incumbente. Se frases como “rouba, mas faz”, “faz o que pode” e “é o menos pior” incentivam a escolha eleitoral do indivíduo. Se o competidor X tem capacidade de crescimento. Além de outras descobertas.

Portanto, os contratantes de pesquisas devem ir além. Caso não, perderão dinheiro, pois farão prognósticos equivocados; e os candidatos construirão estratégias ineficientes.

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