A dinâmica da Covid-19 continua a trazer incerteza quanto à data da eleição municipal. Variados prognósticos advindos de universidades e economistas informam que até junho de 2020, o porcentual de vítimas da Covid-19 continuará a crescer. Diversos estados e municípios têm aplicado o lockdown. Observo que o adiamento da eleição para o mês de novembro continua a ser uma forte possibilidade. Até meados de junho, o Congresso Nacional tomará a decisão.
Prefeitos candidatos à reeleição com alta popularidade (acima de 45%) continuam com condições adequadas para vencerem a eleição, independente do impacto da crise do coronavirus no eleitor ou do adiamento da eleição. Para os candidatos da oposição, o adiamento da eleição é uma oportunidade ótima, pois adquirem condições de construir estratégias para conquistar o eleitor.
Independente do adiamento da eleição, as campanhas eleitorais deste ano serão, em razão da pandemia do Covid-19, dependente das redes sociais, em particular, de vídeos e pronunciamentos dos competidores. Não basta o candidato aparecer e falar. Ele precisa saber o que falar e ter um adequado posicionamento. O novo coronavirus criou o isolamento eleitoral.
Pesquisas continuam a ser instrumentos necessários para a construção das estratégias/narrativas de campanha. Na impossibilidade de fazer pesquisas presenciais, recomendo a realização de pesquisas quantitativas por telefone ou por WhatsApp. E pesquisas qualitativas através de entrevistas virtuais em profundidade com eleitores de diversas classes sociais.
As pesquisas devem verificar: 1) O impacto da crise do coronavirus nos sentimentos dos eleitores; 2) A avaliação dos eleitores para com o desempenho do prefeito no enfrentamento ao coronavirus; 3) A nacionalização ou municipalização da disputa eleitoral; 4) O que os eleitores desejam para o futuro da cidade, em particular, quando a pandemia do coronavirus estiver controlada. Os dados advindos das pesquisas requerem intepretações. Com isto, estratégias/narrativas e cenários podem ser construídos.
