Fotos: Thonny Hill
Na tarde desta quinta-feira (27) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores de Santa Cruz. Dos 17 edis, 12 deles compareceram e fizeram uso da tribuna, onde a maioria dos discursos teve como foco a votação realizada pelos deputados federais quanto ao projeto da Reforma Trabalhista.
Nesse tema, os alvos de críticas mais incisivas foram os deputados que tiveram votos em Santa Cruz, mais especificamente Ricardo Teobaldo (PTN) e Bruno Araújo (PSDB). Outro tema também entrou na pauta de vários discursos que foi o da insegurança, motivado pelo arrastão que aconteceu na última segunda-feira (24), na Escola Estadual Maria Lúcia.
Enquanto a oposição criticava a insegurança nas escolas com o tema, governistas rebatiam ao mostrar que houve uma resposta rápida da polícia na captura do criminoso.
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Os principais discursos
Dentre as críticas feitas a deputados votados em Santa Cruz, e que foram favoráveis ao projeto da Reforma Trabalhista, podemos destacar Nailson Ramos, Capilé, e Augusto Maia. O discurso de Zé Minhoca também pode ser destacado porque, mesmo não se referindo a reforma trabalhista, fez um desafio aos demais vereadores ao tratar do tema da Reforma da Previdência.
Nailson Ramos critica Mendonça Filho e ironiza ao chamar de “bênçãos” deputados favoráveis a Reforma Trabalhista
No seu discurso, o governista Nailson Ramos (PMDB) mostrou seu posicionamento contrário aos deputados que votaram na aprovação do projeto da Reforma Trabalhista.
Ao se dirigir ao vereador Carlinhos da Cohab, fez críticas a Mendonça Filho (DEM), ao qual o oposicionista estreitou laços políticos.
“É bom lembrar que a bancada todinha de Pernambuco, Mendonça, Teobaldo, Bruno Araújo… Vamos ver essas “bênçãos” ano que vem aqui em Santa Cruz e aí Carlinhos? Mendonça vai pedir votos em Santa Cruz” – disse.
Questionado pelo blog durante a sessão se as críticas atestariam um rompimento com Bruno Araújo, ele citou que não, mas que o grupo deve sim ter uma conversa sobre o assunto.
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Augusto Maia afirma “não ter rabo preso” e repudia voto de Ricardo Teobaldo
Sendo um dos integrantes do grupo que apoia Ricardo Teobaldo em Santa Cruz, Augusto Maia (PTN) fez críticas aos deputados federais que votaram a favor do projeto da Reforma Trabalhista.
Já sobre o deputado de sua legenda, ele falou sobre as emendas por ele destinadas a Santa Cruz, mas as críticas também foram fortes.
“Venho aqui repudiar sua atitude ao votar na Reforma Trabalhista. Não só ele, mas com todos os outros a exemplo do deputado do prefeito Edson Vieira” e completou: “Não tenho rabo preso com político, mas sim com a população” – disse.
O vereador também mostrou acreditar que Teobaldo possa mudar seu voto com a possível volta do projeto para nova votação na Câmara dos Deputados.
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Zé Minhoca volta a desafiar demais a assinar documento comprometendo-se a não votar em deputados que apoiarem Reforma da Previdência
O presidente da Câmara, em seu discurso, não falou especificamente do tema da reforma trabalhista ou dos deputados que votaram favoráveis ao projeto, mas voltou a fazer um desafio aos demais edis, mas com foco na Reforma da Previdência a prometer não votar em quem apoiar tal projeto.
“Fiz o documento aqui e ninguém assinou ainda, para que eu possa enviar ao Congresso Nacional. Até agora eu fui o único a assinar” – disse.
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Capilé chama de “deputados safados” os que votaram favoráveis a Reforma Trabalhista
Outro dos vereadores de oposição que integram o grupo dos que apoiam o deputado Ricardo Teobaldo, o vereador Capilé foi o que fez as críticas mais duras aos que votaram favoráveis ao projeto da Reforma Trabalhista. Capilé não amenizou as palavras até mesmo com seu aliado político.
“A pessoa que vota contra um trabalhador não é digna de um voto. Convido a vocês para dar um ‘não’ muito bom a todos esses deputados safados… Essa é a palavra; são safados os que fizeram isso contra o trabalhador santacruzense e contra o povo brasileiro” – pontuou.
Extras da sessão
Os dois lados dos “muitos milhões a mais” – No uso da tribuna, o vereador Carlinhos da Cohab (PTB) fez críticas ao prefeito Edson Vieira que, segundo ele, quase que dobrou os gastos com a folha de pagamentos do funcionalismo entre 2013 e 2016.
Segundo o vereador, Toinho do Pará, quando prefeito, gastava cerca de R$ 30 milhões ao ano para pagamento do funcionalismo e que Edson Vieira, ao longo dos últimos quatro anos, teria elevado esse montante para R$ 47 milhões e que o aumento nas contratações seriam para que o prefeito obtivesse votos nas últimas eleições. Carlinhos foi rebatido por Toinho que, segundo ele, não levou em consideração os aumentos do salário mínimo e o crescimento da demanda no município, que teria crescido com a atual gestão.
Teria desistido de desistir da liderança? – E por falar em Toinho do Pará (PSB), o vereador mostrou que continua a frente da liderança na bancada governista. Ele foi uma das pautas mais repercutidas na imprensa na semana passada, onde supostas provocações feitas por Junior Gomes quanto a sua atuação ao entregar reivindicações ao governador Paulo Câmara (PSB) o teriam deixado furioso e o motivado a abdicar do posto de líder.
Em entrevista ao Blog, Toinho negou que tenha havido atritos com Junior, não negou o questionamento do mesmo quanto a sua liderança e frisou que, se tiver que abdicar do posto, o assunto será decidido após reunião (ainda sem prazo).
A justificativa a ser alegada seria a “falta de tempo” para atender a suas demandas.
Ficou de fora – Um fato cômico que aconteceu envolveu o vereador de oposição Helinho Aragão (PTB). No começo da sessão, foi lido por Ronaldo Pacas a justificativa de sua ausência, mas quase com o término da mesma, já na votação dos requerimentos, ele acabou chegando.
Colegas de bancada pediram a presidência para que o mesmo pudesse acompanhar o restante da sessão em sua cadeira, chegaram até a pedir que o assunto fosse decidido pelo pleno, mas não tiveram sucesso.
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O político ficou na porta por onde entram os vereadores antes das sessões e recebeu negativas três momentos: Um pela liderança de situação e dois por Ronaldo Pacas (quando este estava no posto temporário de presidente) e outro do próprio presidente Zé Minhoca, sob a alegação de que sua ausência já tinha sido registrada. Helinho teve que assistir o resto da sessão em uma das cadeiras do plenário.
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Seria culpa do WhatsApp? – A segunda cena cômica (e questionável) foi protagonizada por oposicionistas. Enquanto Ronaldo Pacas (PR) fazia leitura dos requerimentos para que fossem colocados em discussão e votação, boa parte da bancada, em vários momentos, estava com os olhos focados nos celulares. Fica a pergunta: os temas dos requerimentos eram tão ruins assim?
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Já nos bastidores… – Sem aviso, o ex-deputado José Augusto Maia (PTN) chegou a Câmara no intuito de verificar o que tinham falado os vereadores de Oposição sobre o deputado federal Ricardo Teobaldo. Com o fim da sessão, uma reunião previa aconteceu ainda do lado de fora, com quase todos da bancada e, segundo fontes, a bronca foi direcionada a Capilé e Augusto. A reunião se estendeu depois, em local longe das lentes dos repórteres.
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