Radialista faz grave denúncia que expõe extremos no Hospital Municipal de Santa Cruz do Capibaribe
Na imagem da esquerda, radialista mostra como estava o colchão da cama que em que ficou na ala pós operatória. a direita, uma das camas de outra ala, que mostra sinais evidentes de ferrugem. Fotos: Blog do Jairo Gomes e Thonny Hill.
Em participação no programa Rádio Debate desta terça-feira (26), o radialista e diretor executivo da Rádio IGM, Isac Moura, falou sobre sua grave denúncia feita contra o Hospital Municipal de Santa Cruz do Capibaribe.
Isac Moura passou, há poucos dias, por uma cirurgia simples na ala que foi reformada da unidade hospitalar, onde relatou que foi muito bem atendido pela equipe médica chefiada por Dr. Adelson Farias.
O radialista elogiou o serviço prestado na ala reformada, mas sua indignação começou a partir do momento quando ele foi conduzido para a área destinada ao pós-operatório, que está presente na ala do hospital que ainda não foi reformada.
Isac trouxe fotos de como o local que serve de destino para os pacientes depois de cirurgias se encontra, imagens que foram veiculadas no Blog do Jairo Gomes e que revelaram o contraste presente no Hospital Municipal.
O desabafo de Isac Moura:
“Quando eu entro na enfermaria, na noite anterior do dia que eu vou fazer a cirurgia, eu me deparo com uma sala que, em vez de 08 leitos, tem apenas 04. Na enfermaria vizinha, que é a feminina, dos 08 leitos, tem apenas 03 e nessas condições que você vê nas fotos. A gente entra, e quando levanta o colchão para colocar o pano, para que a gente possa deitar, o que é que a gente verifica: o colchão sujo. Quando levanta outra cama, tá de tapume… Quando levanta outra cama, enferrujada. Então, você vê: um quarto que teria 08 (pacientes), só 04 e outro quanto que tem 03 camas, seria 08… Um outro quanto vizinho onde ficam as senhoras pra dar a luz, cheios de entulhos… Não sei se já tiraram, mas cheio de entulhos que eu não pude tirar essa foto até porque, se eu continuasse tirando fotos, o pessoal ia perceber. Não que eu tivesse tirando escondido, mas para preservar essas fotos comigo”, frisou.
O radialista citou ainda em não saber a quem recorrer já que, segundo ele, todos os órgãos de fiscalização, a exemplo da Vigilância Sanitária, estão vinculados a Prefeitura Municipal, enfatizando os riscos, segundo ele, que correu de adquirir infecção hospitalar.
O radialista também indagou sobre o que aumentaria de gastos públicos se acaso a ala fosse levemente restaurada, com a colocação de novos colchões e novas camas. O radialista teve alta no dia seguinte.
Reformas na segunda parte do Hospital Municipal, alvo da denúncia do radialista, só serão realizadas em 2015
Fotos que foram retiradas pelo radialista na ala do hospital que ainda não passou pela reformas.
Ainda no programa, o secretário de Saúde Breno Feitoza citou que o Hospital Municipal realiza mais de 30 procedimentos cirúrgicos (cirurgias oftalmológicas, partos e outros procedimentos simples) dentro da área reformada e que não há casos de infecção hospitalar devido aos procedimentos de higienização e cuidados realizados.
O secretário citou que a reforma do Hospital Municipal foi realizada em 50% da estrutura, mas citou que o recurso que é recebido pelo Governo Federal para manter as unidades hospitalares é de R$ 286 mil (divididos entre o Hospital Municipal, Materno Infantil, Laboratório e a AME) e que só o hospital municipal custa mais de R$ 900 mil por mês.
Breno citou que o sistema de saúde é quase mantido pela gestão e as reformas dos outros 50% do hospital serão realizadas somente em 2015.
Secretário de Saúde rebate acusações de radialista
Quando indagado sobre as denúncias feitas por Isac Moura, especialmente no tocante a gastos a serem feitos na ala pós-operatória para aquisição de novos colchões e camas, o secretário falou daquilo que foi feito nas reformas da unidade hospitalar:
Foto: Thonny Hill.
“A priorização se dá, justamente, pelos locais onde se tem a maior demanda de atendimentos. Eu acho que toda a população de Santa Cruz do Capibaribe é sabedora das condições do hospital como um todo, sobretudo de como funcionava as redes de urgência e emergência do município que, entre outras questões, a falta de médicos, como o hospital foi fechado, por várias vezes, porque não tinha plantonista, como falta de equipamentos e material e a estrutura física completamente sucateada. Hoje, o Hospital Municipal atende, em média, a 300 usuários do SUS nas 24 horas do plantão. Hoje, nós realizamos mais de 30 procedimentos cirúrgicos, semanalmente, no Hospital. Isso foi nossa primeira prioridade, a prioridade na grande porta de entrada do sistema de saúde de Santa Cruz que é a emergência do Hospital Municipal, onde toda a população… E eu posso dizer toda porque nós recebemos, inclusive, cidadãos que tem o direito de ser atendidos e que pagam também planos de saúde, mas que, em caso de urgência, eles procuram o Hospital Municipal. Nesse primeiro momento, em menos de 50% da gestão do prefeito Edson, nós reformamos aquilo que fazia anos e anos que ninguém tinha investido”, frisou.
Ele completou afirmando que o grande ponto-chave para infecção hospitalar era a área de esterilização de equipamentos, instrumentos cirúrgicos e outros itens de materiais que, segundo ele, teve seus problemas solucionados.
Breno citou também que o município não trabalha com “maquiagens” e que, aos poucos, o sistema de saúde do município está sendo reconstruído.
O secretário voltou a enfatizar que não há casos registrados de infecção hospitalar em Santa Cruz do Capibaribe e que essa possibilidade era mínima, rebatendo o risco que Isac afirmou que correra quando esteve internado na ala pós-operatória.
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