Sepultamento de moto-taxista assassinado desencadeia grande protesto pela paz em Taquaritinga do Norte
Nesta terça-feira (08) a cidade de Taquaritinga do Norte foi palco de mais um protesto que clama pela paz e por mais ações da classe política no enfrentamento a criminalidade.
O protesto foi motivado, segundo organizadores, pelos constantes assaltos vivenciados no município e também pelo assassinato do moto-taxista Magno Moura, que foi atingido por vários disparos de arma de fogo no último domingo (07) quando transportava um adolescente infrator, o real alvo de bandidos.
Mais de duas mil pessoas estiveram presentes no protesto, que começou com o cortejo do moto-taxista, que foi carregado de muita emoção, em especial por parte dos familiares e amigos.
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O sentimento de perda dos familiares e amigos
Após o sepultamento de Magno Moura, familiares e amigos que estavam presentes expressaram ao repórter Gilson Fernandes não só o sentimento de perda, mas o clamor por justiça.
“Precisamos de Justiça. Porque hoje foi meu filho, amanhã pode ser outro. Temos que trabalhar em cima da Justiça. É uma dor irreparável… Se perder um filho amado que me ajudava, que fazia tudo por mim” – Eurides Eulália, mãe do moto-taxista.
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“Ele foi vítima da injustiça e isso não pode continuar em Taquaritinga. As autoridades têm o dever de procurar a justiça e fazer com que isso não fique impune” – Marcone Moura, irmão do moto-taxista.
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“A classe política não vem fazendo seu papel e a população precisa acordar. Precisamos procurar nossos direitos para fazer nossos deveres. É revoltante, estou revoltado com essa morte de Magno Moura e peço a sociedade que acorde” – Carlos Gouveia, radialista e amigo da vítima.
“Essa movimentação de hoje não é só um protesto, mas uma forma legal de mostrar que queremos Justiça, que cansamos de ser vítimas da criminalidade. Essa mobilização começou entre nós, moto-taxistas, mas a população aderiu. A população quer a mesma coisa que nós” – disse Jean Fábio, amigo do moto-taxista.
Classe política foi vaiada por não falar com manifestantes
Com o sepultamento, a multidão seguiu para a praça Otto Sailer, onde inicialmente manifestou sua insatisfação contra a violência e a insegurança.
Um fato que chamou a atenção foi o momento em que o radialista Carlos Gouveia (orador durante o protesto) convocou para que a classe política local usasse do microfone para falar com a população, nenhum vereador compareceu, assim como representantes da prefeitura local.
Ainda de acordo com funcionários da prefeitura, o prefeito Evilásio Araújo (PSB) não se encontrava no município, pois estaria em viagem a Brasília.
Diante das ausências, tanto do prefeito, representantes do Poder Municipal e os vereadores de Oposição e Situação foram vaiados em diversas ocasiões.
Associação Comercial propõe “vaquinha” ou bingo para restaurar viatura policial
Uma pauta de reivindicações chegou a ser discutida no protesto e entre elas estavam o aumento no número de policiais nas ruas e também de melhor estrutura de trabalho para o efetivo.
Outro fato que chamou a atenção eram dois projetos que partiam da iniciativa popular, mais precisamente da Associação Comercial local.
Um deles estava na proibição do uso do capacete fechado na cidade (sob a alegação da pouca chance de identificação por parte dos bandidos, que usam motos na prática de crimes) e também uma “vaquinha” entre empresários e a população ou a realização de um bingo para arrecadação de fundos para a reforma de uma viatura da polícia militar.
Após esse momento, a manifestação seguiu pacífica, em direção a Prefeitura.
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O que disse a prefeitura
Com a chegada do protesto a sede da prefeitura local, os manifestantes foram recebidos pelo secretário de Articulação Política local.
Em meio a vaias e protestos, o secretário enfatizou que a prefeitura local está tomando suas providências, em especial reivindicando ações junto ao Governo do Estado.
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Uma nova reunião deve ser marcada com o prefeito Evilásio Araújo e integrantes de uma comissão já na próxima quinta-feira (10).
A pauta a ser tratada, mais uma vez, é a busca de ações no enfrentamento a violência local.
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