Nesta terça-feira (09) a Gerência de Comunicação da prefeitura de Santa Cruz (Gercom PMSCC) enviou, a nossa redação, um relatório assinado pela diretora do Hospital Municipal Raymundo Francelino Aragão, Angélica Bezerra Costa. O relatório é o posicionamento da unidade frente ao suposto caso de negligência médica denunciado por uma cuidadora de idosos, que teve o conteúdo publicado neste blog no último sábado (06, clique AQUI e relembre).
De acordo com a cuidadora, Maria de Fátima Sales da Silva, a morte do idoso Rui Glicério Aragão (85 anos) teria acontecido na madrugada da última quinta-feira (04) e, segundo a mesma, houve negligência médica e falta de humanização no atendimento prestado.
O idoso teria dado entrada na unidade, segundo ela, com quadro de pneumonia e diabetes e, entre os supostos problemas, Maria de Fátima cita ‘falta de oxigênio, a não solicitação de uma transferência para outra unidade com mais recursos, além do não funcionamento do desfibrilador, durante tentativas de reanimação’.
Após confirmado o óbito, ela afirma ainda que uma das enfermeiras teria dito a seguinte frase para o porteiro em frente a uma das filhas do idoso: “Olhe, tem um pacote aqui para você enrolar. Venha aqui que tem um pacote”.
No relatório, nada é mencionado quanto a abertura de uma sindicância para que o caso possa ser investigado.
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Relatório rebate parte das afirmações de cuidadora
Segundo um dos trechos do documento, várias pessoas relacionadas ao idoso teriam entrado e saído da enfermaria ao longo do dia e não souberam informar as medicações que eram tomadas pelo idoso.
Ainda de acordo com o documento, uma das técnicas de enfermagem teria solicitado para que a acompanhante “anotasse as medicações que ele tomava para que eles não se esquecessem. À noite, o paciente passou mal, ficou cansado e desorientado e, então a equipe médica soube que os acompanhantes não tinham dado as medicações ao paciente, que inclusive eram controladas”.
Outras informações que constam no relatório tratam dos momentos antes ao óbito do idoso. Em outro dos trechos do documento, é dito que, durante a madrugada, o paciente teria passado mal por mais uma vez e que, ao ser avaliado por uma enfermeira e, em seguida, pelo médico plantonista, teria sido diagnosticado que o idoso estava entrando em estado de óbito.
As partes que não foram confrontadas estão relacionadas a não solicitação, por parte do médico, quanto a um possível pedido de transferência para outra unidade com mais recursos, assim como as declarações feitas, segundo a cuidadora, em frente filha do idoso após a confirmação do óbito.
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Falha no desfibrilador, apontada por cuidadora, é contestada
Na parte final do documento, é relatado que o aparelho desfibrilador foi solicitado, sendo usado “apenas para se confirmar o óbito pois, assim como informou o médico, o paciente já se encontrada sem vida” e que “não havia indicação da utilização do desfibrilador neste paciente, pois o mesmo não tinha mais batimentos ou contrações cardíacas”, o que configura no óbito.
Ainda de acordo com a Gercom, novas informações podem ser repassadas posteriormente.