Edson, Dimas, Luciano Bezerra e Toinho do Pará trocam acusações sobre polêmico projeto de concessão de incentivos fiscais
Em entrevistas concedidas via telefone, na manhã dessa quinta-feira (27), na Rádio Comunidade FM, uma troca de acusações foi registrada entre Toinho do Pará (PTB), Luciano Bezerra (PR), Edson Vieira (PSDB) e Dimas Dantas (PP) sobre o polêmico projeto de concessão de incentivos fiscais.
Em entrevista concedida a esse blog, na tarde de ontem (26), o prefeito Toinho do Pará afirmou que a equipe de transição de Edson Vieira tinha conhecimento do conteúdo do polêmico projeto e que teria, inclusive, participado da sua formatação juntamente com o empresário do ramo de construções Cláuston Pacas, projeto esse que garantia a isenção de IPTU por quatro anos e 50% de desconto para outros quatro, totalizando oito anos de incentivos fiscais a proprietários de loteamentos e condomínios no município.
“O pessoal da própria transição enviou, junto a Cláuston (Pacas) para a gente fazer esse processo em benefício de uma avenida que vamos ser beneficiados por ela, com o calçamento e o asfaltamento, ligando a Nova Santa Cruz a aquele condomínio”, enfatizou Toinho.
A equipe de transição de Edson Vieira, juntamente com Dimas e o próprio prefeito eleito, negam a participação no caso e ainda fazem várias acusações ao prefeito Toinho do Pará.
Confira o conteúdo de cada uma das entrevistas:
“Em nenhum momento nós estivemos com o prefeito Toinho do Pará ou com o empresário Cláuston Pacas para tratar de qualquer assunto referente à Projeto de Lei”, afirma Luciano Bezerra (PR)
Na entrevista concedida, o futuro Secretário de Estratégia Urbana e Gestão afirmou que tal participação seria “uma inverdade” dita por Toinho do Pará.
Luciano afirmou também que a equipe de transição do novo governo não teria tido qualquer encontro com Cláuston Pacas ou com o prefeito, para tratar sobre esse assunto.
Ainda segundo Luciano, tais palavras do prefeito Toinho serviriam para tumultuar o início da gestão de Edson Vieira.
“Uma situação como essa se mostra clara para tentar prejudicar o início do novo governo. Em nenhum momento nós estivemos com o prefeito Toinho do Pará ou com o empresário Cláuston Pacas para tratar de qualquer assunto referente a projeto de lei. Não compete à equipe de transição elaboração de projeto de lei”, enfatizou Luciano.
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“Vir falar em uma entrevista que a minha equipe de transição participou disso? Isso é uma aberração!”, afirma Edson Vieira (PSDB)
Na entrevista, o prefeito eleito afirmou que se sentiu surpreso com as palavras do atual prefeito, citando que o mesmo não queria assumir o fim de seu governo, no qual chamou de “Caótico” e “Triste”.
“Vir falar em uma entrevista que a minha equipe de transição participou disso? Isso é uma aberração! Isso é não querer assumir um final de governo caótico, um final de governo triste que envergonha Santa Cruz do Capibaribe”.
Edson também afirmou que, caso o projeto fosse aprovado, ele faria o que fosse possível para tirar, segundo ele, os pontos negativos para o município.
O prefeito eleito também desmentiu afirmações feitas pelo vereador reeleito Ernesto Maia (PTB), afirmando que o vereador Francisco Ricardo (PSDB) teria dito para ele que Edson era a favor do projeto.
“Ernesto quer que eu entre nesse assunto com ele e Francisquinho não ouviu isso de minha boca. Ele fica querendo polemizar para justificar um voto que ele ia dar a favor nesse projeto”, destacou..
“Cláuston e Cláudio tinham me dito que dois itens que foram mudados (no projeto) tinham a concordância já do pessoal de Edson Vieira; ou dele ou da equipe (de transição)”, afirmou Toinho do Pará (PTB)
Em sua entrevista, o prefeito reafirmou a importância do projeto, afirmando que o mesmo seria uma forma de incentivar a economia no município.
Toinho afirmou também que teria feito o projeto de uma forma, só que dois pontos do mesmo teriam sido modificados.
Sobre as afirmações feitas por Edson Vieira e Luciano Bezerra, na qual foi dito que sua equipe de transição não teria participado da confecção do projeto ou tido qualquer conversa com o empresário Cláuston Pacas, Toinho afirmou que o empresário, juntamente com Cláudio (Ferreira), teriam lhe dito que a equipe de Edson Vieira, ou o próprio Edson Vieira, teria visto o projeto e que estava de acordo.
“O que me passaram, eu tinha feito ela de uma maneira e foi mudado dois itens e que Cláuston, juntamente com Cláudio, que trabalha conosco na prefeitura, tinham me dito que a equipe de Edson Vieira, ou o próprio Edson Vieira… Ai eu não sei porque teria que confirmar com Cláudio ou com Cláuston, era que já tinha visto ela e que estava de acordo”, enfatizou Toinho.
Segundo Toinho, o projeto não daria incentivos para todas as pessoas já que, segundo ele, elas teriam que atingir uma série de requisitos que deveriam ser cumpridos para conseguir a isenção tais como calçamento, praças, pista de Cooper etc.
“A gente já sabe que nossa cultura é de não pagar imposto. Como era que eu iria mandar uma lei dizendo que não precisava mais ninguém pagar imposto e principalmente as pessoas que tem mais condições? Até porque quem vem fazer um empreendimento é pessoa que tem condição”, destacou.
Toinho citou que já foi consultado por vários investidores sobre alguma lei de incentivo que existe na cidade, Santa Cruz não teria nenhuma e reafirmou que os dois pontos que foram modificados, segundo Cláuston, juntamente com Cláudio, foram vistos, pela equipe de transição ou pelo próprio prefeito eleito.
Toinho também enfatizou que os recursos atuais não acompanhariam o crescimento da cidade e que Edson Vieira iria precisar um dia dessa lei.
“Foi feito um golpe para se beneficiar um empresário em detrimento dos interesses da cidade”, afirmou Dimas Dantas (PP)
Em sua entrevista, o vereador e atual vice-prefeito eleito afirmou que Toinho não teria conhecimento da lei que foi enviada ou que “finge desconhecer”.
Segundo Dimas, a lei trata diretamente da concessão de incentivos aos proprietários de condomínios e loteamentos.
“Você daria a isenção de IPTU ao dono do loteamento e, posteriormente, novamente, a quem comprou. A prefeitura, no “acho do prefeito”, a prefeitura teria que dar dinheiro a quem comprou o lote. A verdade é que, para demonstrar a má fé com a cidade de Santa Cruz, é quando o prefeito diz que o empresário Cláuston Pacas participou da elaboração da Lei. Eu nunca vi dizer, na minha vida, que o Poder Público vá fazer uma lei e deixa a pessoa interessada ver o ou elaborar essa lei. É igual a você colocar raposa dentro de galinheiro”.
Segundo Dimas, toda lei é feita de forma genérica, de modo a beneficiar todas as pessoas e não apenas a uma só.
“Foi feito um golpe para se beneficiar um empresário em detrimento dos interesses da cidade”, enfatizou.