10
julho

O crime que chocou São Domingos completa 11 anos


Um dos crimes mais bárbaros da história recente do distrito de São Domingos, em Brejo da Madre de Deus, completou 11 anos este mês.

Era um domingo, 1º de julho de 2012, quando o garoto Flânio da Silva Macedo, 9 anos de idade, desapareceu após sair de casa para pedir uma carroça de mão emprestada para poder carregar fretes.

Ao constatar o desaparecimento do filho, a mãe da criança distribuiu cartazes em diversos pontos de São Domingos e Santa Cruz do Capibaribe.

À época, segundo amigos e familiares, a criança não tinha qualquer envolvimento com drogas ou com marginalidade. O sonho do garoto, ainda de acordo com os amigos, era carregar fretes para ajudar nas despesas da casa.

Na tarde do dia 10 de julho, há exatos 11 anos, o corpo de Flânio era encontrado no Sítio Camarinhas, localizado próximo ao distrito em que residia.

O corpo da criança foi encontrado nu, decapitado, com as mãos e pés atados e já em estado de decomposição. A cabeça do menino estava à cerca de um metro de distância do corpo e sem os olhos.

Ao lado do corpo foram encontradas suas roupas, uma carroça de mão, que seria usada pela criança para carregar fretes, pratos e garrafas de bebidas. As investigações concluíram que o crime foi cometido em ritual macabro.

As investigações também comprovaram que a criança sofreu violência sexual por cerca de 20 minutos antes de morrer. No ritual, ainda de acordo com as investigações, ele teve o sangue colhido e o pescoço apertado por um torniquete até ser degolado.

Durante as investigações, uma das imagens que chamou atenção foi a de um casal suspeito de participar do crime precisou ser retirado por trás da sub-delegacia de São Domingos devido a revolta do caso.


Revolta popular e pedido por justiça

Tomados pelo sentimento de revolta, no dia 11 de julho de 2012, populares destruíram a residência de um dos então suspeito de matar Flânio Macêdo.



No dia seguinte, várias pessoas invadiram a casa de Ednaldo Justo dos Santos, conhecido como “Pai Nau”, acusado de participar do crime.

Intolerância religiosa

Além disso, centros espirita e terreiros de religiões de matrizes africanas da região foram vandalizados por populares revoltados com o crime. Residências com imagens ligadas as manifestações religiosas na época foram invadidas por criminosos.


Condenação

Os quatro acusados de matar o menino Flânio, foram condenados a mais de 20 anos de prisão, em júri realizado no Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife, em fevereiro de 2020.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representado pelo promotor de Justiça José Edivaldo da Silva, e o assistente de acusação Laelson Teixeira da Silva sustentaram a tese de condenação dos quatro acusados: Edinaldo Justos dos Santos (Pai Nau), Genival Rafael da Costa (Pai Véi), e Edilson da Costa Silva (Pai Deni) e a ré Maria Edileuza da Silva (Filó), pelos crimes de estupro de vulnerável e homicídio qualificado com motivo torpe, emprego de meio cruel e com fins de assegurar a execução, ocultação ou imputação de outro crime.

Após o julgamento, a justiça condenou os quatro acusados a 29 anos de reclusão. “Pai Nau”, “Pai Véi” e “Pai Deni” foram condenados a 20 anos pelo crime de homicídio e 9 anos por estupro. Já ”Filó” foi sentenciada a 29 anos de reclusão, porém, teve três anos a menos na pena por ter confessado o crime, totalizando assim 26 anos de prisão.

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