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Nova série: De olho no Legislativo

Transporte público coletivo pode se tornar realidade em Santa Cruz do Capibaribe até 2017, afirma Narah Leandro

 

Foto: Natam Liberato.

O blog do Ney Lima abre a sua nova série de entrevistas, desta vez com foco nos vereadores de Santa Cruz do Capibaribe.

 

A série “De olho no Legislativo” trará projetos de interesse da população que ainda não foram colocados em prática, seja no atual governo como em gestões anteriores.

 

Para esta primeira reportagem, a nossa convidada a vir a redação da Avant Comunicação & Mídia foi a vereadora situacionista Narah Leandro (PSB) que, no primeiro semestre de 2015, defendeu a bandeira da implantação do transporte público por ônibus.

 

A intenção da série é entrevistar, no decorrer das semanas, cada um dos 17 vereadores e trazer à tona temas de interesse local.

 

Confira a primeira entrevista:

 

Blog – O que falta hoje para que Santa Cruz do Capibaribe ter implantado um transporte público coletivo que atenda sua população?

 

Narah – Temos uma Lei de 2006 que foi modificada em 2011 e estamos aguardando que o prefeito autorize o processo licitatório de concorrência pública. Esse processo será aberto assim que o Conselho de Mobilidade Urbana, que foi montado agora na gestão de Edson (Vieira), possa avaliar a Lei e assim conversar, fazer todos os pontos necessários juntos a comunidade. Para implantar o transporte público, é preciso que a comunidade possa apontar as linhas, rotas de necessidade… Existem uma série de fatores que são necessários para que se abra essa concorrência de acordo com as necessidades do município.

 

Blog – Hoje a cidade estaria com condições estruturais de oferecer esse tipo de transporte público?

 

Narah – Hoje cerca de 60 a 70% das pessoas de Santa Cruz do Capibaribe tem esse fluxo muito intenso tanto na PE-160 como transitando da área norte como da área sul da cidade. Eu acredito que o município tem essa condição, pois ele tem essa necessidade de se implantar esse tipo de transporte. A partir dessas audiências públicas que o Conselho de Mobilidade Urbana vai realizar com a população, é que iremos identificar quais são as linhas que ainda não estão pavimentadas, que são muitas ruas de Santa Cruz que ainda carecem de pavimentação. Então, só a partir dessas audiências públicas que o Conselho de Mobilidade Urbana, que deve estar as realizando agora no segundo semestre, vai estar levantando para gente e vamos poder mapear a cidade e assim traçar as rotas que a população nos der. Um exemplo; temos hoje a Avenida Bíu de Deda, que traz as pessoas de lá do bairro Santo Agostinho. Essa via de acesso é uma das rotas, mas nós temos algumas outras rotas que as pessoas vão precisar nos indicar… Quem vem dos bairros Dona Lica, Dona Dom… Elas vão nos indicar essas rotas e aí, a partir dessas indicações, é que vai ser feito um estudo se está ou não apta para que passe um carro de grande porte naquela via e, caso esteja, é necessário claro, em caráter de urgência, que seja feito para que todas as áreas da cidade possam ser contempladas.

 

Blog – Já existe alguma data para que possa ser realizada essa primeira audiência para que a população tenha acesso a essa discussão e que possa indicar essas linhas?

 

Narah – Ainda não posso te passar essas datas porque quem nos representa muito bem no Conselho de Mobilidade Urbana é o vereador Luciano Bezerra (PR). De fato, quem vai poder passar direitinho essas datas é o Conselho de Mobilidade Urbana e aí não vou, erradamente, passar uma data, mas acredito que, no segundo semestre, elas possam ser iniciadas. Durante o primeiro semestre, aconteceram várias reuniões e Luciano nos trazia essas demandas, compartilhava com a gente. Aconteceram várias reuniões de estruturação do Conselho para ver o que nós precisamos para implementar esse transporte em nossa cidade.

 

Blog – Estamos no ano de 2015 e 2016 será um ano eleitoral, principalmente porque é uma eleição municipal. Aqui entram duas perguntas: Será que não foi tarde levantar essa bandeira passados mais de três anos do governo de Edson Vieira? Será que a população pode ter esperança de que no ano de 2016, mesmo com disputa eleitoral, esse transporte público possa ser implantado?

 

Narah – Eu acho que nunca é tarde para se levantar as demandas, até porque Santa Cruz tem diversas demandas essenciais que, por muitas vezes, não são discutidas justamente porque temos um déficit político muito grande na cidade. Temos uma cidade que gera desenvolvimento mas que coisas tão primárias como o transporte público, a coleta seletiva, algumas questão que já estão sendo discutidas lá fora e que aqui estamos iniciando. Nunca é tarde, mas essa demanda tem que ser levantada pela comunidade e entendo que meu mandato tem que ser pautado pela comunidade. Eu, Narah, espero que sim, porém eu acredito que tudo depende de como correr todo o processo. O que é que precisa? Precisa que o Conselho de Mobilidade Urbana realize todos as etapas necessárias e aí cabe ao prefeito abrir o processo licitatório de concorrência pública e aí nós poderemos, em 2015, 2016 ou 2017 ter o transporte público. O que não dá é nós continuarmos sem transporte público.

 

Blog – Como está sendo sua articulação com o vereador Luciano Bezerra neste sentido, já que ele é um dos que estão à frente o projeto que cria o Código de Mobilidade Urbana, juntamente com o secretário de Defesa Social, Fábio Aragão?

 

Narah – Quando eu comecei a tratar sobre isso, conversei, em primeiro lugar, com o vereador Francisco Ricardo (PSDB), que era o presidente da Casa na época em que essa Lei (de 2006) foi sancionada, me inteirando exatamente do que nós precisávamos para o transporte público em Santa Cruz. Ele me passou a questão de processo licitatório. Procurei Luciano Bezerra, perguntei em que situação estava o Conselho de Mobilidade Urbana e ele me disse que está todo formado, já houve várias reuniões e agora nós vamos iniciar esse processo de ouvida da população, de fazer os roteiros e aí nós vamos concluir este trabalho do Conselho. Procurei também o prefeito Edson Vieira, já levantei essa demanda e ele também se mostrou preocupado, interessado em fazer com que esse serviço público seja ofertado a população. Foi aí que nós começamos a esmiuçar mesmo, buscar mais informações, mais leis, leis federais, exemplos de outros municípios para que Santa Cruz possa ter o transporte que merece, de qualidade e de fácil acesso para aqueles que não tem condições de pagar um taxi, por exemplo, para deixar suas mercadorias no Moda Center.

 

Blog – Sobre esse último ponto, quais são as cidades que Santa Cruz poderia tomar como referência para poder implantar o transporte público?

 

Narah – Na verdade, temos hoje várias cidades que estávamos discutindo. Às vezes, uma cidade coloca um sistema de transporte que, em Santa Cruz, não caberia pelo tamanho e aí foi isso que eu estava conversando com Luciano e chegamos perto dessa definição, mas quem vai dizer os melhores exemplos, de fato, é a população. Só não podemos pegar exemplos como que vi em uma cidade do interior de São Paulo, de Ubatuba, que fizeram lá, não ouviram a comunidade e acabaram colocando linhas que não eram a realidade. Colocaram uma rota que não tinha a demanda que atendesse a esse fluxo, enquanto outras áreas necessitavam gritantemente e o transporte público não estava lá. Foi aí que nós avaliamos sobre essa exclusão de algumas áreas. Não se pode porque uma área é muito distante ou é muito violenta, isolar aquela área… Isso não pode! O transporte público tem que universalizar; essa é a preocupação da mobilidade urbana.

 

Blog – Para finalizar vereadora, as reuniões ordinárias da Câmara estão para voltar. Qual será a principal pauta da vereadora nesse segundo semestre?

 

Narah – Uma demanda que nós levantamos já no final do primeiro semestre, que está bem encaminhada e que acredito que agora chega é a questão do Projeto Relix. É um programa do Governo do Estado que trata sobre Educação Ambiental. 60% de todo o lixo de Santa Cruz é de lixo seco, rico, que pode ser reaproveitado mas que, infelizmente, em tido atravessadores que tem prejudicado muitas famílias de catadores. Através do Projeto Relix e de uma série de ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente, a meta é aumentar em 40% a renda familiar desses catadores com a retirada dos atravessadores e regularização das duas cooperativas. Estamos querendo fortalecer essas famílias e dar consciência ambiental a essas pessoas, através da educação ambiental. O Projeto Relix ele faz essa parte de educação e também tira as carroças de burro. Não teria mais essa questão das carroças de burro andando pelo centro da cidade. O catador cadastrado receberia essa bicicleta padronizada, fardamento padronizado que valoriza ele como profissional… Estamos lutando por esse projeto que, acredito que em meados de setembro, possamos receber algumas etapas desse projeto.

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