Em entrevista concedida na Polo FM, a vereador recifense Marília Arraes (PT), pré-candidata ao Governo do Estado nestas eleições, falou justamente sobre o assunto.
O “norte” da entrevista foi a repercussão da imprensa recifense de um evento organizado em Serra Talhada pelo prefeito local, evento este tratado como o que oficializou o projeto político citado.
Necessidade de candidatura própria
De acordo com Marília, a repercussão do evento seria um reflexo de suas andanças pelo Estado ao longo de um ano e também a discussão de pautas como a anulação da reforma trabalhista e também da previdência. Ela também destacou que o PT precisa ter projeto próprio de candidatura ao governo.
“Tudo isso culminou com a necessidade de uma candidatura própria do PT. É por isso que terminou se consolidando a ideia de um nome e esse nome é o meu. Precisamos avançar nos tramites internos do partido, mas o evento foi uma manifestação da base, tomando a adesão maior por parte de outras pessoas e outros partidos. Isso mostra que Pernambuco não quer continuar com esse desgoverno e nem quer uma mudança para a base de Michel Temer, que está acabando com o Brasil” – disse.
Alianças
Segundo ela, há alianças sendo estudadas para viabilizar ainda mais sua candidatura, mas que seria a executiva estadual a estar à frente dessas conversas. Questionada quanto a legendas, ela não citou por “ser muito cedo”.
“Nem o outro palanque atual definiu suas alianças… O momento político está para esperar e para discutir as ideias que se pretende. Estamos em conversas e decisões, não só de nosso palanque, mas também de outros” – disse.
Resistência interna e recado a Humberto Costa
De acordo com ela, as resistências dentro da legenda quanto a seu projeto eleitoral seriam cada vez menores e questionada quanto a posição do senador Humberto Costa (PT), que tende a prestar apoio ao senador Armando Monteiro (PT) ao Governo do Estado, ela deu o recado:
“Eu nunca contei com essa possibilidade de depender, de A, B ou C, para ser isso ou aquilo. O senador Humberto Costa está em um processo de construção de seu caminho, não decidiu a que será candidato e eu acho que ele deve estudar todas as possibilidades. O respeito, ele contribuiu muito com a política de Pernambuco e do Brasil e tenho certeza que ele vai fazer a melhor escolha” – frisou.
Condenação de Lula
Questionada se a recente ampliação da pena de condenação do ex-presidente Lula (acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá) poderia atrapalhar seu projeto e do PT em disputar o Governo do Estado, ela citou que mesmo com pesquisas apontando que a condenação, segundo ela, seria injusta, isso não seria um limitante as suas pretensões.
Ainda segundo ela, não há um “Plano B” para as eleições nacionais, onde ela voltou a enfatizar que Lula será candidato à presidência. O questionamento foi as especulações de que o PT poderia direcionar seu apoio a Ciro Gomes em caso de não candidatura do ex-presidente.
“Não podemos ter um Plano B. Pensar em um Plano B seria não acreditar na inocência dele” – frisou.