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Museu da Sulanca é inserido em projeto de audiodescrição “Pra Todo Mundo Ver”



O Museu da Sulanca integrou-se a um projeto de audiodescrição, através do seu colaborador Adelmo Teotônio (Conservador de Bens Culturais), que foi um dos selecionados para uma formação em acessibilidade, em formato híbrido (presencial e virtual): “Pra Todo Mundo Ver: curso de audiodescrição em artes visuais”.


Esse curso foi um projeto aprovado no Edital Funcultura Geral 2021/2022 na categoria de Artes Visuais, realizado pela Circullus (@circullusdeideias) e ministrado por Michel Platini e Vanessa Marques, com incentivo do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura (Secult-PE), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), e apoio do Sesc Caruaru.




No período de abril a junho de 2024, o nosso colaborador Adelmo participou ativamente dessa formação, que totalizou uma carga horária de 40 horas/aula. Incluiu conteúdos de acessibilidade física, comunicacional, estética, digital, atitudinal e elaboração de roteiros de audiodescrição, por meio de aulas teóricas, exemplos práticos, dinâmicas e mentoria com os formadores Michell Platini, consultor em acessibilidade em projetos culturais e atualmente assessor de comunicação da Associação Pernambucana de Cegos (APEC); e Vanessa Marques, professora, produtora cultural e audiodescritora, gestora da empresa Ferva Acessibilidade (@ferva.acessibilidade).


Em uma das atividades práticas e produto final dessa oficina, foi escolhida a obra “Sulanca”, doada pela União dos Confeccionistas ao Museu da Sulanca. Trata-se de uma miniatura de Toyota Bandeirante criada em 2018 pelo artesão Luiz Carlos Melo dos Santos, na sua oficina “Artes em Sucata” em Brejo da Madre de Deus/PE, fabricada com resíduos de metal, através da técnica “catamisto”, fazendo reaproveitamento de sucatas descartadas no meio ambiente.




Em 08 de junho, houve uma exposição de encerramento “Pra Todo Mundo Ver”, na Galeria de Arte Mestre Galdino, com 14 obras dos concluintes do curso, incluindo a obra “Sulanca” audiodescrita por Clecia Lira – Pedagoga, Especialista em Educação e Legislação Inclusiva e em Psicopedagogia Institucional (UPE), Professora em exercício no Atendimento Educacional Especializado (AEE) na rede pública de Santa Cruz do Capibaribe e Analista em Gestão Escolar na EREM Padre Zuzinha EREM Padre Zuzinha.


Durante a instalação dessa exposição, foi disponibilizada a versão em áudio da obra “Sulanca”, com navegação e leitura acessível para pessoas com deficiência visual ou baixa visão, em formato QR-code.


Link da audiodescrição da obra “Sulanca” (2018):


https://drive.google.com/file/d/1915Hp2fY3_4yll1O3G1_gaw5Fg4wGuw4/view


Em uma experiência imersiva, as obras encontram-se cobertas durante a reprodução das audiodescrições até que o público possa depois interagir com as peças expostas. Foi assim também na abertura da exposição, no momento da mediação da obra “Sulanca” por Adelmo Teotônio, que contou ainda com a presença de membros da Associação Caruaruense de Cegos e do Superintendente Estadual da Pessoa com Deficiência do Governo de Pernambuco.


Em convite do Sesc Caruaru, o Museu da Sulanca passou a integrar essa mostra coletiva que se estenderá até o final do mês de junho. Mediante agendamento prévio, a exposição tem entrada gratuita nos seguintes dias e horários:


🗓️ Sexta-feira: 21/06/24 – 9h às 11h e 15 às 17h / Sábado: 22/06/24 – 10h às 16h.




“Essa minha formação em audiodescrição foi uma excelente oportunidade para refletir a acessibilidade, traduzir imagens em palavras. Nesse exercício, realizar a primeira audiodescrição do Museu da Sulanca, a obra ‘Sulanca’ do artista Luiz Carlos, traz um significado muito além do que um museu deve proporcionar ao seu público, além de suas fronteiras físicas. Nesse processo de inclusão social, de possibilitar ao usuário ‘imagens mentais’, o nosso Museu da Sulanca passará por adequações em seu acervo, para que possamos atender com qualidade a quem possui deficiência visual ou baixa visão, em uma perspectiva do desenho universal e das normas de acessibilidade. O futuro do Museu da Sulanca começa por um museu mais acessível no agora.” pontuou Adelmo.


O que é a audiodescrição (AD)


“A Audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais, gravados ou ao vivo, como peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, músicas, óperas, desfiles e espetáculos de dança; eventos turísticos, esportivos, pedagógicos e científicos, tais como aulas, seminários, congressos, palestras, feiras e outros, por meio de informação sonora. É uma atividade de mediação linguística, uma modalidade de tradução intersemiótica, que transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.” (MOTTA & ROMEU FILHO, 2010, p. 11).




A AD iniciou no Brasil de modo informal em 1999, quando uma professora de Campinas levava os cegos ao cinema e ficava cochichando no ouvido deles. Em 2000, a Lei nº. 10.098, conhecida como Lei de Acessibilidade, trouxe à tona a questão. Com isso, teve início a implementação desse recurso não somente nas vias comunicacionais, mas com foco nessa área.


No Brasil, em 2003, a AD teve sua estreia em “Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência”. Em 2004, o Decreto nº. 5.296 regulamentou a Lei nº. 10.098, apontando no Art. 53 a obrigatoriedade da descrição de voz em imagens na televisão. E a Portaria nº 310 de 2006 veio complementar os recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão.


Também foi na norma brasileira NBR 16452 (Acessibilidade na comunicação – Audiodescrição), em 2016, que foi indicada a necessidade da audiodescrição em museus e exposições, de modo que a AD deve ser suficiente para garantir ao visitante o pleno entendimento das obras, inclusive quando associadas à exploração tátil.

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