Nesta segunda-feira (30) o blog traz o resultado do laudo que aponta as causas para a morte de quatro trabalhadores durante a limpeza de um poço artesiano no distrito de Riacho Fundo, que fica na cidade de Barra de São Miguel (PB).
A tragédia aconteceu em 12 de janeiro deste ano e os quatro trabalhadores, dois deles irmãos, morreram um após a outro durante tentativas de prestar socorro. De acordo com o Instituto de Polícia Científica (IPC-PB) os quatro morreram de asfixia, causada pela falta de oxigênio no interior do poço, onde a limpeza estava sendo realizada.
No laudo, é descrito que a falta do oxigênio na área do poço foi causada graças a decomposição de matéria orgânica presente na água, fator que fez o oxigênio (gás usado pelo nosso corpo e obtido pela respiração, que o leva até os pulmões, depois para o sangue e, em seguida, para órgãos e tecidos) ficasse em uma quantidade muito abaixo do mínimo recomendável para sobrevivência humana.
Esse percentual mínimo recomendado é de 19% e, de acordo com o laudo, havia apenas 3,5%. Na época, chegou a ser levantada a possibilidade de a água estar envenenada, fator que foi descartado após realização de exames nos corpos das vítimas.
Diz um dos trechos do laudo: “Os parâmetros demonstram que havia uma atividade bacteriana produzindo a decomposição da matéria orgânica, e gerando a produção de gases como metano e o dióxido de carbono que foi responsável pela expulsão do oxigênio do espaço confinado, o poço”.
De acordo com uma das vítimas que sobreviveu, o mesmo relatou a polícia que só se lembrava de entrar no poço para prestar socorro às vítimas e que, ao entrar, inalou do ar que estava no poço e perdeu a consciência, acordando apenas já no hospital.
Com a repercussão do caso, pesquisas em segurança no trabalho devem ser realizadas de modo a elaborar um protocolo de segurança para que trabalhadores, que desempenham tal atividade, não venham a morrer em decorrência das causas apontadas no laudo.
As vítimas da tragédia eram Evandro Alves Truta (43 anos), Lucas Lima Rolim (28 anos), Rodrigo Lima Rolim (27 anos) e José Itamar (de 42 anos).
