Especial José Augusto Maia
O programa Rádio Debate, da Rádio Polo, finalizou nessa quinta-feira (31), com a participação de José Augusto Maia, as entrevistas especiais com ex-prefeitos de Santa Cruz do Capibaribe.
Com uma vida pública disputando eleições desde 1988, Zé foi vereador, vice-prefeito, prefeito e deputado federal representando a cidade, e contou de sua vida, carreira, influência política e musical dos irmãos Pedro e João Maia, causos curiosos das eleições, além das músicas e paródias das campanhas.
1988 – Vereador mais bem votado
Cantor e radialista, a primeira disputa aconteceu em 1988 com o slogan “um microfone na mão e uma ideia na cabeça” conseguiu ser o parlamentar mais bem votado. No mesmo pleito, foi eleito também Fernando Aragão com quem iniciou uma parceria de viagens e solicitações ao então governador Miguel Arraes de Alencar. Ambos seguiram na oposição, pois na majoritária Ernando Silvestre foi eleito em disputa contra Oseas Moraes.
“Nesse tempo, eu ainda era cabeludo”, brinca.
1992 – O vice
Quatro anos após a primeira vitória, Zé é eleito vice de Aragãozinho, depois de 24 anos de derrotas do grupo denominado ‘cabeção’ (atuais taboquinhas).
Zé conta que ele ou Fernando poderiam ter sido o nome principal da chapa, recebendo o aval do governador Arraes. No entanto, sob a articulação de Dr.Neves, bastante influente à época, Aragãozinho foi o nome principal.
“O nome dele (Aragãozinho) era realmente um grande nome, e caiu como uma luva, sem desgaste político nenhum. Eu já era vereador e fazia oposição ferrenha, e ‘Ará’ ganhou a simpatia da população”, recorda.
Na vice de Aragãozinho, vencem Salete Jordão e Dr.Nanau, chapa considerada favorita à época.
1996 – Novo mandato e ‘mistério’ na presidência da Câmara
Após derrota na majoritária, onde Ernando Silvestre venceu Padre Bianchi, a presidência na Câmara em 1º de janeiro de 1997, ficou marcada como um ‘alento’ para o grupo de oposição e colocou ‘água no Chopp’ na festa do prefeito eleito.
O fato era improvável, uma vez que a oposição tinha 6 vereadores contra 7 da situação. Zé garante que, até hoje, permanece o mistério de quem teria votado a seu favor e acrescenta apenas que Alírio Tibúrcio foi, à época, um dos articuladores do caso.
1998 – Separação política Zé x Edson
A eleição de 1998 ficou marcada pela ruptura política entre os então ‘cabecinhas’ José Augusto e Edson Vieira, que disputaram a mesma vaga para deputado estadual . A separação deu-se por suposta quebra de acordo.
Zé explica por que saiu candidato em detrimento do apoio a Edson. “Miguel Arraes queria um candidato do PSB e Adilson pediu para Edson ir para o partido. Ele não aceitou e Arraes não ficou satisfeito, saindo meu nome”, fala.
Na disputa, nenhum conseguiu sucesso. No entanto, José Augusto conseguiu mais votos, o que lhe cacifou para a majoritária 2 anos depois.
Edson Vieira migrou para o grupo ‘boca-preta’, e o ‘cabecinha’ chegaria ao fim meses depois, dando inícios aos ‘taboquinhas’, liderado por Zé.
2000 – Prefeito eleito
Em pleito acirrado vence Ernando Silvestre, na campanha em que considera uma das mais complicadas, pelo fator financeiro.
Zé Augusto ainda aproveitou para rebater o adversário sobre seu posicionamento quanto a retirada das feiras do centro da cidade e criação do parque.
“Ernando dizia que a prefeitura ia bancar o parque, e isso não poderia por que não estava no orçamento para o ano seguinte, nem a prefeitura teria condições. Eu era contra isso, e não contra a feira”, sustenta.
Ernando considera a oposição ferrenha de Zé contra o projeto, à época, como principal motivo do resultado eleitoral.
“A juventude se integrou na campanha. Apenas no final eu acreditava, mas ainda não tinha certeza. Foi uma vitória muito difícil e marcante”, conta.
2004 – Reeleito para Palácio Brás de Lira
Mesmo com um momento mais apertando durante a campanha, considera uma eleição ‘tranquila’, devido aos trabalhos e aprovação do primeiro mandato. Tendo Zé Elias de vice, vence chapa formada por Dr.Nanau e Dida de Nan.
“Era a força do povo. Digo que foi mais fácil porque minha aprovação era grande”, resumi.
2010 – Deputado federal
Votado em cerca de 160 municípios, consegue ser o primeiro deputado federal de Santa Cruz do Capibaribe, em eleição marcada por denúncias, liminares na justiça, intriga com Diogo Moraes e detenção em dia de votação.
“Além do governador contra, tinha oposição em todas as cidades da região”, diz citando Brejo, Taquaritinga do Norte e Jataúba.
Além disso, a pecha de ‘ficha suja’ lhe seguiu até o pós-eleição e, mesmo eleito, lhe complicou dois anos depois…
2012 – A derrota
Na tentativa de retornar à prefeitura, encontra sua primeira grande derrota, para Edson Vieira. Considera que as denúncias envolvendo, principalmente, licitações com merenda escolar, lhe comprometeram e se considera ‘injustiçado’.
“Pegaram isso e levaram para as ruas. Essa da merenda foi o que mais sofri. Sofro até hoje, pagando o que não devo”, diz.
Com o resultado, ele seguiu com o mandato, em Brasília. Ouça o programa na íntegra!