José Augusto Maia chora ao falar sobre destituição do comando do PROS e possibilidade de desistir da candidatura
Foto: Ney Lima (arquivo)
Em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (13), no programa Rádio Debate, o deputado federal José Augusto Maia (PROS) falou sobre os novos fatos políticos interferem diretamente em seu projeto de reeleição.
Durante a entrevista, José Augusto falou sobre os bastidores que culminaram na sua destituição da presidência estadual do PROS, do apoio da legenda a Paulo Câmara e não conseguiu conter a emoção, chorando por duas vezes, admitindo que enfrenta a situação mais difícil de sua trajetória política, agora com futuro incerto.
Confira os principais momentos da entrevista:
Bastidores que culminaram na destituição e no apoio da legenda a Paulo Câmara
O deputado relatou que participou de uma reunião, em Recife, com o presidente nacional do partido, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, com líderes da legenda e com Gilson Lima (agora novo presidente do PROS no estado e apontado como articulador da aliança), onde foi cogitada a possibilidade de apoiar Paulo Câmara.
Zé afirmou que pediu para que o partido esperasse até o dia 18 de junho para afirmar tal decisão, data em o deputado será julgado sobre o caso das contas rejeitadas de 2006 e que, após a reunião, esse acordo teria sido firmado.
Depois de sair da reunião, Zé afirmou que foi surpreendido com a decisão da Executiva Nacional do partido em destitui-lo da presidência estadual e que a legenda iria fechar, de vez, com Paulo Câmara.
“Eu não acreditava que existisse algo tão estarrecedor… Gente tão fraca como foi esse presidente do partido. Eu ainda estou passado com isso. Conversei ontem com Armando e ele me disse que me acalmasse. Toda a equipe e deputados do PTB foram me abraçar, meus filhos… Ficamos para conversar ainda hoje, e essa semana, sobre quais atitudes vamos tomar. Temos que conversar muito, mas é um momento difícil, muito difícil”, frisou.
Revolta com Eduardo Campos
José Augusto Maia relatou que tudo teria sido orquestrado por uma equipe ligada ao ex-governador e candidato a presidência, Eduardo Campos (PSB).
“Essa equipe desse Eduardo Campos… Tem tantos contra mim e isso não existe, a perseguição é muito grande. Esse cara deveria se preocupar com sua candidatura dele para Presidente da República, o seu candidato a Governo do Estado… Eles querem me acabar, me destruir”, frisou.
Em outro ponto da entrevista José Augusto desabafou: “Esse Eduardo Campos pensa que é o dono do mundo ou ele pensa que é Deus”.
Inviabilização da candidatura, dada à necessidade de se obter de 90 a 100 mil votos
O deputado foi questionado se a mudança nos rumos da legenda não inviabilizaria de vez o seu projeto de reeleição, dada a necessidade de se obter uma quantidade de votos superior até mesmo as suas estimativas.
Foi também levantada à possibilidade de o deputado desistir de seu projeto eleitoral para se articular com o grupo Taboquinha, com Armando Monteiro em nível de estado, para que ele ficasse em uma posição de articulação política dentro da campanha de Armando.
“Tenho que parar para pensar, tenho que parar… Isso é algo que eu não esperava acontecer”, logo após o deputado interrompeu as suas falas e não conseguiu conter as lágrimas.
Possibilidade de colocar alguém da família para dar continuidade ao seu projeto eleitoral
Ainda emocionado, o deputado não descartou a possibilidade de colocar alguém da sua família, sem especificar quem, para dar continuidade ao seu projeto eleitoral.
José Augusto citou que a opinião de seus familiares terá o principal peso para essa decisão de continuar, ou não, na vida pública.
“Não sei, está ruim demais… Esse momento é de parar, de pensar, de pedir a Deus para iluminar o rumo que tenho que tomar. Só não quero abandonar meu povo. Não, de jeito nenhum! Santa Cruz não merece”, completando que está “em estado de choque” com a situação, não contendo as lágrimas pela segunda vez.
Ouça a entrevista completa clicando aqui >> Entrevista José Augusto Maia