O depoimento de Anderson de Souza Silva, o popular ‘Anderson do Calçadão’, denunciante na CPI do Calçadão Miguel Arraes de Alencar, foi adiado pela segunda vez. A ouvida estava prevista para esta segunda-feira (22).
Os vereadores alegam, novamente, a ausência de documentação do empreendimento, solicitada à prefeitura. De acordo com o presidente da CPI, Marlos Melo, aproximadamente 50% dos requerimentos foram respondidos e aguarda os demais documentos para agendar a ouvida do denunciante e de outros envolvidos no processo.
A Comissão informou também já ingressou na justiça, para obrigar que os documentos sejam direcionados pela prefeitura.
“Essa CPI vem sofrendo, por que a documentação solicitada está demorando a chegar nesta Casa”, afirma Marlos.
De acordo com a comissão, a prefeitura encaminhou, dentro o que foi requerido: o plano de trabalho, cópia do convenio, cópia do contrato, processo licitatório e o projeto da empresa vencedora.
Ainda segundo a comissão, faltam, entre outras coisas, planilhas de medição, empenhos e pagamentos, prestação de contas e extratos bancários.
Nos bastidores, há uma expectativa por parte da oposição, que o juiz despache sobre o pedido obrigando a prefeitura a repassar os documentos, ainda esta semana. Os vereadores entendem que a administração municipal quer ‘ganhar tempo’, atrasando o andamento da CPI.
Ele não – Durante a reunião desta segunda-feira (22), o vereador Nailson Ramos, secretário da CPI, protocolou requerimento solicitando a saída de Marlos Melo dos trabalhos de investigação.
Nailson afirma que ‘não é contra CPI’. Mas, argumenta que o adversário não poderia participar da comissão por, segundo ele, ser um dos denunciantes do caso. Marlos, por sua vez, rebate que não foi um dos denunciantes, mas apenas fez o requerimento para abertura dos trabalhos.
‘Pequeno’ detalhe – O requerimento de Nailson não foi levado para análise do jurídico da comissão por estar sem assinatura do vereador. “Assim, está como um papel qualquer”, criticou Carlinhos da Cohab. O documento deve retornar à pauta na próxima reunião, programada para a terça-feira (30), às 10h, no plenário da Câmara.
Investigação – Os parlamentares devem investigar como foi usada a verba destinada pelo governo do estado na construção do empreendimento. Mais de R$ 13 milhões foram investidos pelo governo estadual. O valor foi administrado pela prefeitura.
Em 2018, parte do teto do Setor Azul cedeu em duas oportunidades, aumentando a desconfiança de irregularidade dos oposicionistas no município e do governo estadual.