“Não fiquei atento aos itens, mas não sou burro de assinar um documento sem saber o que é”
Afirma Secretário de Educação de Santa Cruz do Capibaribe sobre nova denúncia de supostas irregularidades no serviço de coffee-breaks
Em entrevista concedida na última segunda-feira (29) ao programa Falando de Política (da Santa Cruz FM), o secretário de Educação, Joselito Pedro, falou pela primeira vez após as novas denúncias envolvendo coffee-breaks.
A denúncia
A denúncia foi levada a tribuna da Câmara pelo vereador de oposição Ernesto Maia (PSL), que apresentou documentos com a assinatura do secretário que, segundo o vereador, atestam a prestação de serviços de coffee-breaks a 04 eventos de capacitação e 01 festivo aos professores entre março e setembro de 2015.
Nos documentos, são descritos diversos valores e itens que fazem parte do que, segundo a denúncia, deveriam ter sido comprados e servidos aos professores nesses eventos, entre eles frios como queijo provolone, queijo do reino e presunto.
Segundo Ernesto, esses frios (totalizando 230 quilos) não teriam sido servidos, porém teriam sido pagos com dinheiro público. A polêmica se intensificou ainda mais já que a CPI que apurava denúncias de superfaturamento na licitação para fornecimento desses mesmos coffee-breaks foi encerrada sem a ouvida de envolvidos.
A versão do secretário
No programa, o secretário afirmou que o vereador estaria fazendo politicagem, negou que irregularidades tenham sido cometidas e deu sua versão para que, segundo ele, sua assinatura constasse nos documentos polêmicos.
“Na hora que apareceu essa denúncia, eu corri e fui a (comissão de) licitação. Como assinamos muitos documentos, eu perguntei se não tinha nenhum documento meu atestando esse bendito provolone que surgiu. Vasculhamos e não encontramos, mas depois apareceu e tem aí (a minha assinatura)” e completou que “O erro se deu pelo fato de que, ao invés de listar ou de ocultar, tirar esses dois itens que não foram utilizados nos lanches, se colocou o famoso “Copia e Cola” (na confecção do documento) e deu toda essa problemática” – disse.
O secretário foi mais além e fez críticas à forma de como a denúncia foi levada pelo vereador Ernesto Maia.
“O que me entristece é a forma como a coisa é passada, porque de repente se passa a denúncia como se você fosse um ladrão ou se tivesse mancomunando um desvio de verba quando, na verdade, não é. Em nenhum momento dessa história, eu me sentei com a Licitação para fazer alguma manobra que eu fosse beneficiar o prefeito ou alguma pessoa de forma irregular” – disse.
Especulações em torno de uma suposta renúncia de cargo
O secretário completou que não existe possibilidade de que o mesmo deixe o cargo no governo e desabafou com relação aos vereadores denuncistas.
“Cada um explica de acordo com sua conveniência. É muito nojenta a política de Santa Cruz do Capibaribe e antes de qualquer coisa, tem que se possa respeito e se colocar no lugar. Sou uma pessoa de livre trânsito. Porque os vereadores não sentam lá do lado; não me procuram, não olham no meu olho e depois passam essa informação com responsabilidade?” – disse.
Desatenção ao assinar documentos
Um fato que chamou a atenção foi uma fala do secretário, que levantou a hipótese de o mesmo ter assinado tais atestos sem ler o conteúdo integral dos documentos.
“Vou ficar mais atento na hora de ler qualquer atesto, mas está claro que, se você for ver no termo de referência (da licitação) foi copiado e colado. Isso prejudicou a mim e, de certa forma, o prefeito” e completou: “Eu sabia o que estava assinando, que é um atesto para lanches de professores. Não fiquei atento aos itens, mas não sou burro de assinar um documento sem saber o que é. Fui desatento no momento em que não percebi que esse item não seria usado” – disse.