Chefe de Fiscalização do CREF nega denúncias de cunho político ao projeto Zumba nos Bairros
Em participação no programa Rádio Debate desta quarta-feira (29), a chefe de fiscalização do Conselho Regional de Educação Física (CREF), Rosângela Albuquerque, falou sobre a polêmica gerada com a suspensão das aulas do programa Zumba nos Bairros.
Informações que chegaram a imprensa deram conta de que as aulas teriam sido suspensas em virtude de uma notificação feita pelo CREF a Secretaria de Cidadania e Inclusão Social do município, com base em uma denúncia, de que as aulas estariam sendo ministradas por um professor que não teria qualificação necessária.
Devido a repercussão da polêmica, a suspensão das aulas ganhou conotação política entre lideranças dos dois grupos políticos locais e radialistas também ligados a esses grupos, que fizeram uma verdadeira troca de farpas, especialmente nas redes sociais e em grupos de WhatsApp.
Não houve qualquer denúncia ao projeto, diz chefe de fiscalização do CREF
Durante a entrevista, Rosângela foi questionada se, de fato, houveram denúncias sobre o projeto, inclusive de políticos. Sobre a polêmica, ela respondeu:
“Não tivemos denúncias. Na realidade, nós assistimos um programa da TV Asa Branca onde se mostrava essas aulas que estavam acontecendo em Santa Cruz do Capibaribe. O problema da Zumba… E eu acho que a secretária de Ação Social teve uma ótima ideia, uma atividade física muito importante… A senhora Alessandra Vieira foi muito feliz na ideia; agora ela tem que perceber que essas atividades são importantes, mas as pessoas que a fazem sem orientação de um profissional, elas correm riscos de saúde, de vida. Elas podem vir a sofrer lesões. Quando estão exercendo a Zumba, ela é uma atividade de alto risco e atividade de alto impacto. Zumba não é a dança em sí… É atividade física, é a ginástica que faz a Zumba e Zumba, para orientar, tem que ser (feita por) profissional de Educação Física habilitado pelo CREF” – disse.
Sobre o certificado possuído pelo professor Paulo Junior e que foi alegado pela secretária Alessandra Vieira, ela citou que o mesmo seria feito em cursos, mas que não são homologados por uma instituição de graduação em Ensino Superior.
“Não se pode querer fazer um projeto social levando as coisas de qualquer jeito” – diz Chefe de Fiscalização
Rosângela foi mais além e fez críticas à forma, segundo ela, de como o projeto foi ministrado pela secretaria.
“Já temos várias decisões judiciais no Brasil sobre esta questão. Já temos decisões a respeito da Zumba de que só quem pode atuar com ela é o profissional de Educação Física; só ele está habilitado. Não se pode querer fazer um projeto social levando as coisas de qualquer jeito para as pessoas. Tem que se ter um cuidado na orientação. Não se leva para projeto social o curioso para trabalhar como médico, não se leva… Também não se leva para o projeto social o curioso para trabalhar em enfermagem, em fisioterapia… Quando se trata de atividade física, as pessoas acham que qualquer pessoa pode fazer. Ele (o instrutor contratado pela prefeitura), pode ter até a prática dessa atividade, mas não pode exercer se ele não for habilitado pelo CREF. O projeto dela é muito bom, mas tem que ser feito com orientação profissional” – pontuou.
Não houve notificação a secretaria, mas haverá ao professor contratado pela prefeitura
Sobre esse ponto, Rosângela Albuquerque citou que não houve uma notificação a Secretaria de Cidadania e Ação Social, mas sim uma orientação. Ela citou que o professor é quem será o notificado.
“Quem será notificado é o senhor Paulo Junior. Ele não é habilitado para o exercício da profissão. Apesar de ele ter certificado, isso não o habilita para o exercício profissional e se ele continuar com o exercício dessa atividade, ele vai ser autuado por exercício ilegal da profissão. Vai responder na Lei 47, que é de contravenção penal.”
Projeto pode ser retomado, mas com adequações
Rosângela, voltou a parabenizar o projeto Zumba nos Bairros e citou que o mesmo pode ser continuado normalmente, mas desde que se tenha um profissional habilitado e registrado no CREF.
“Ela (Alessandra Vieira) foi muito feliz, mas tem que ter uma boa orientação” – destacou.