Após protesto, carroceiros e prefeitura definem primeiras medidas para legalização da categoria
Na manhã desta quinta-feira (20) um grupo formado por cerca de 60 carroceiros realizou um pequeno protesto em Santa Cruz do Capibaribe.
De acordo com os organizadores, o protesto foi realizado em virtude de uma concorrência desigual, segundo eles, existente na disputa pela freguesia com os pipeiros que vem de outros municípios como Caruaru e Bonito.
Os carroceiros alegam que desde que foi intensificada a comercialização de água por parte desses pipeiros (muitos afirmando que tem seu produto originado em fontes de água mineral da região como o Sítio Murici), a queda nas vendas caiu entre 60 e 80% em muitos casos.
Isso, segundo Moisés José da Silva, um dos líderes do movimento, faz com que os carroceiros não consigam garantir o sustento de suas famílias já que, a maioria deles, tem nessa atividade a sua principal fonte de renda.
A concentração do protesto aconteceu na Praça de Alimentação e seguiu por várias ruas até a prefeitura do município.
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Chegando lá, uma comissão formada por cinco carroceiros foi recebida pela Secretária de Governo Priscilla Ferreira. Após quase uma hora de reunião, os dois lados chegaram a um acordo.
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Resultado da reunião
Na reunião, foram definidas as responsabilidades de cada um dos lados. Para os carroceiros, ficará a responsabilidade de ser formada uma associação e o cadastro desses profissionais, de modo a legalizá-los junto a Vigilância Sanitária e a Defesa Civil.
“Fazendo a associação, isso vai colocar aqueles carroceiros que estão irregulares em situação de regular. São mais de mil carroceiros aqui. Os caminhões que vendem água aqui se dizem do Murici, da Fonte Cristalina e até de Barra de Guabiraba e outros de fora que estão nos prejudicando. Carroceiro que tirava seis tambores de água, estão tirando apenas um.” – disse.
Priscilla destacou que o papel da prefeitura será, além do auxílio na formação da associação, a intensificação da fiscalização aos pipeiros junto a Vigilância Sanitária.
A ideia é tentar coibir o comercio da água, não só para a população mas também para os próprios carroceiros, em condições de armazenamento inadequadas e de locais também inadequados como a barragem da manhosa.
“Vamos primeiro fiscalizar os pipeiros para depois fiscalizar os carroceiros.” – disse, completando que a prefeitura já adquiriu o aparelho para fazer a fiscalização da qualidade da água ofertada por esses profissionais.
A secretária frisou também que a prefeitura já teria intensificado essa fiscalização, inclusive realizando apreensões de água comercializada de forma irregular.