Conheça a história de Dona Ivone, grande homenageada do Festival Biu e Gogó de Quadrilhas de Rua 2015
O dia 02 de dezembro de 1942 registrou o nascimento da santa-cruzense Ivonete Flor Bezerra (Dona Ivone), mulher forte, que apesar das dificuldades, sempre levou sua vida com muita alegria e foi uma das maiores incentivadoras da cultura de quadrilhas de rua de Santa Cruz do Capibaribe.
Desde cedo, começou a trabalhar para ajudar seus pais no sustento da casa, exercendo atividades na roça e posteriormente em uma budega, sem nunca deixar os estudos de lado.
Aos 20 anos, enfrentou o primeiro grande desafio da sua vida, ao ser mãe solteira, fato inaceitável para a época, foi expulsa de casa e devido às dificuldades, teve que deixar sua filha, a quem deu o nome de Carmem, para sua mãe criar.
Longe de casa, Ivonete refez a sua vida, conheceu Chico Neves, com quem morou junto e teve três filhas (Vera, Lili e Mere). A convivência com seu companheiro não foi muito fácil, o que a fez tomar a decisão de sair de Santa Cruz e ao lado das suas três filhas, ir morar na cidade alagoana de São Luís do Quitunde.
Em Alagoas, Ivonete teve muitas dificuldades para obter seu sustento, e com o nascimento de Wemerson, de seus quatro filhos. Após tentativas frustradas de negócios que não deram certo, passou a ganhar a vida gerenciando um bordel, conhecido por Bar da Ivone.
Mulher destemida, sofreu muito para impor respeito e com muito esforço, educar seus filhos, que se tornaram mulheres e homens de bem, como ela tinha o orgulho de dizer.
Com o bar, ela passou a ajudar no sustento de familiares que passavam por dificuldades, porém no início dos anos 80, o negócio quebrou e mais uma vez, Ivone teve recomeçar a vida voltando a sua terra natal.
Em Santa Cruz, passou a confeccionar saias de retalho que vendia na feira e com o andamento do negócio montou o conhecido Bar do Angu, na Rua Quatro, e anos depois montou o Restaurante Comida Caseira.
Dona Ivone, pessoa de enorme coração, adotou Clécia, criança criada como os demais irmãos que foi testemunha da animação e alegria de viver de uma mulher que apesar de todas as dificuldades, todos os anos fazia a Misturadrilha (quadrilha organizada da Rua Quatro), além de incentivar e participar das tradicionais quadrilhas santa-cruzenses, entre elas a Quadrilha da Cebola, Quadrilha das Péruas, Solteiros e Felizes e não perder a oportunidade de dançar forró.
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Em outubro de 2014, Dona Ivone sofreu um AVC, passou mais de quatro meses internada no Hospital Pelópidas Silveira, na capital pernambucana, e no dia 12 de março de 2015, faleceu.
Atendendo a um pedido feito em vida, seus familiares fizeram uma quadrilha dentro do Cemitério São Judas Tadeu, que apesar da tristeza, se despediram de Dona Ivone com a alegria de realizar um desejo de uma pessoa que amava organizar e participar dessa festa.
Abertura do Festival Biu e Gogó de Quadrilhas de Rua
O pontapé inicial do festejo acontecerá a partir das 19h da próxima terça-feira (02), na Rua Artur Correia de Araújo, conhecida Rua Quatro, via em que morava Dona Ivone grande homenageada do Festival Biu e Gogó de Quadrilhas de Rua 2015.
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Informações da Assessoria.