O FUTURO DO PRESIDENTE
Qual será o futuro do governo Bolsonaro? A recente pesquisa divulgada pelo Datafolha sugere cenários. Segundo o Datafolha, o governo Bolsonaro é aprovado por 33% dos eleitores; 33% o reprovam. E 31% consideram o governo como regular. O dado relevante da pesquisa é: para qual lugar irão os eleitores que hoje avaliam o governo Bolsonaro como regular?
O regular representa uma avaliação neutra do eleitor. Pesquisas qualitativas sugerem que o eleitor do “regular” é o que ainda está cético com o governo e deseja avaliá-lo em um breve futuro. Isto é: Bolsonaro precisa de mais tempo para ser avaliado. Pois bem. É neste aspecto que estão as oportunidades e os riscos do governo Bolsonaro.
Se a eleição presidencial fosse hoje, o presidente Bolsonaro estaria no 2° turno. Certamente, disputaria com um candidato da esquerda. O Datafolha revelou que 42% dos eleitores consideram a prisão do ex-presidente Lula como injusta. No Nordeste, são 56%. Isto significa que o lulismo continua a ameaçar e amedrontar o incipiente bolsonarismo.
Até setembro, a reforma da Previdência tende a fazer parte da agenda midiática. A tramitação da reforma gera paciência e esperança em parcela do eleitorado para com o atual governo. Enquanto ela não for aprovada por completo, os eleitores que hoje estão avaliando o governo como regular, toleram a gestão. Entretanto, após a reforma da Previdência, o desemprego diminuirá? A renda crescerá? Caso não, a reprovação do governo Bolsonaro poderá aumentar.
Um dado relevante: 61% dos eleitores, segundo o Datafolha, afirmam que o governo Bolsonaro fez menos do que eles esperavam. Este dado sugere que a aprovação do governo Bolsonaro precisa crescer para o presidente ser favorito na eleição em 2022. Recuperação econômica e políticas sociais focalizadas são vetores que têm o poder de gerar o crescimento da popularidade do governo Bolsonaro.
Os vazamentos do Intercept afetarão negativamente a avaliação do governo Bolsonaro? Caso a popularidade de Sérgio Moro continue a declinar, e ele permanecer no governo, o ex-magistrado pode contaminar negativamente a gestão do presidente. Entretanto, o ator estratégico do atual governo continua a ser Paulo Guedes, o ministro da Economia que após a reforma da Previdência precisará gerar renda e emprego para o eleitor. Caso não, sairá do governo, ou a popularidade de Bolsonaro deve declinar ou ficar estável.