Jornalismo independente

liderança absoluta!

Artigo – Por Adriano Oliveira

A raposa e o porco-espinho

 

adriano oliveiraO porco-espinho sabe apenas uma coisa. Ele tem a certeza. O porco-espinho não considera outras possibilidades. A raposa sabe de várias coisas. Não tem a certeza. A raposa considera diversas possibilidades. Tais premissas advêm do cientista político Philip Tetlock.

 

Prefiro a raposa ao porco-espinho. Enquanto diversos atores afirmam que o impeachment ocorrerá, opto por mostrar que o impedimento da presidente Dilma ocorrerá ou não. Indicadores diversos mostram que a incerteza predomina. Impedimentos de presidentes da República representam jogos de soma-zero. Isto é: só é possível existir um vencedor.

 

Caso a presidente Dilma sofra o impedimento, o PT cooperará com o governo Temer? Os manifestantes contrários ao impedimento da presidente aceitarão o resultado ou protestarão intensamente nas ruas? E se a presidente Dilma não sofrer o impeachment, a oposição estenderá as mãos para a presidente? Os manifestantes que hoje vão às ruas defender o impeachment aceitarão o resultado e não mais protestarão contra a presidente Dilma?

 

O impeachment, sem “acordão”, não é a solução para crise. Esta é uma obviedade para a raposa. Mas não é para o porco-espinho. O ideal era que após a votação do impeachment, independente do resultado, todos ofertassem voto de confiança ao vencedor e processos de cooperação ocorressem. Mas não vislumbro, neste instante, a cooperação.

 

O impeachment ou o não impeachment poderá provocar consequências institucionais relevantes. Futuros presidentes da República reprovados entre os eleitores e inaptos para o exercício do cargo ficarão sujeitos à mágoa do PT e de outras agremiações. Pedidos de impedimentos, assim como ocorreu na era FHC, voltarão a ser corriqueiros. A instabilidade institucional poderá surgir.  O não impeachment frustrará a expectativa de diversos atores estratégicos. A frustação poderá elevar os conflitos em todos os espaços adequados para manifestações.

 

Qual é, então, a solução para as crises? A raposa, certa vez, sugeriu o “acordão” entre os diversos atores institucionais. O “acordão” pode ser construído com impeachment ou sem impeachment. Mas que tal com novas eleições gerais?

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador

COMPARTILHE ESSA POSTAGEM

Facebook
WhatsApp

Outra notícias...