Uma Família Saudável
“Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15).
A confissão de Josué pode parecer simplista, mas foi de grande significado e importância pra ele e seus conterrâneos. Suas palavras dão a ideia de Harmonia Familiar, Centralidade de Deus no Lar, Sujeição Voluntária da Família à Vontade Divina, Espiritualidade no Lar, e ainda, Uma Família Saudável.
A constituição de uma família não é o fim em si mesmo, sua formação na união civil não garante a felicidade de ninguém. A ideia de que casou, encontrou a felicidade, é utópica. “A felicidade conjugal (familiar) precisa ser construída com renúncia e investimento”. O matrimônio é o começo de uma nova fase da vida, fase essa, que precisa ser bem nutrida e dotada de virtudes. Sendo assim, queremos pensar sobre os predicados de uma virtuosa família, ou quais as marcas de uma família saudável?
Ela é Centrada em Deus. Não se trata neste particular, daquela família que simplesmente professa uma religião, mas daquele lar fundamentado e alicerçado no Eterno, que tem seus olhos fitos em Deus (Sl.121:1,2). Como no caso da ajuizada Mulher Virtuosa de Provérbios 31. Desvendemos com cautela o segredo desta mulher. Qual seria a origem primária de suas virtudes? A mulher virtuosa centra-se em Deus, as demais qualidades emanam desta base fundamental, “teme ao Senhor” (v.30). Por estar centrada em Deus, ela por sua vez, centra-se na Palavra, no Marido, nos Filhos, na Administração do Lar, na Necessidade dos Outros…
O Salmos 128 retrata uma Família Exemplar: Homem temente, Esposa videira frutífera, Filhos rebentos da oliveira, Longevidade, Felicidade, etc. Qual o segredo deste bem sucedido ninho? Um homem centrado em Deus, pode sim, fazer grande diferença. O Salmos 128 começa dizendo “Bem aventurado o homem que teme ao Senhor..” (v.1).
Ela é Focada nos Reais Valores do Reino. Lutero, o nobre reformador protestante, casou-se em 1525 com Catarina de Bora e teve 6 filhos, ele disse: “Tenho sido muito feliz em meu casamento, graças a Deus… Ter paz e amor em família é a dádiva mais próxima do conhecimento do evangelho”. O também reformador João Calvino, casou-se em 1540 com uma viúva chamada Idelette de Bure. O celebrante de seu casamento, Guilherme Farel, escreveu a um amigo e comentou a união dizendo, “Calvino se casou com uma mulher íntegra e honesta, até mesmo bonita”. Percebemos como nossos reformadores valorizavam (tanto e muito mais) a beleza interior. Isso era primordial numa relação (Rm.14:17).
Um dos grandes objetivos do ferrenho Opositor de Deus é inverter a boa ordem da criação, promovendo a perversão entre os homens, nos meios sociais, no segmento eclesiástico e no âmbito Familiar. Quando a família abandona os princípios do Reino, consequentemente se autodestrói, mete-se num abismo sem fim. Os lares cristãos devem, portanto, estar “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos…” (Ef.2:20).
Ela Compreende que Marido e Mulher, Pais e Filhos, apesar das Diferenças, se Completam e se Amam. Um dos maiores desafios do ser humano no relacionamento interpessoal é saber lidar com as diferenças. De fato, somos diferentes em inúmeros aspectos: gêneros, escolaridades, preferências, personalidades e gênios. Estas diferenças devem nos completar e não nos complicar. A relação marido e mulher, pais e filhos é dotada de qualidades e defeitos. Esta convivência faz parte do plano original de Deus,“…homem e mulher os criou… sede fecundos, multiplicai-vos…” (Gn.1:27,28). O Deus que instituiu a família, também disponibilizou todos os recursos necessários para sua manutenção e edificação. O Deus da família é o Deus providencial (Ef.4:31-5:2; Cl.3:18-21).
Há nas Escrituras inúmeros exemplos de distúrbios familiares e inabilidades no convívio com as diferenças: Caim em relação à seu irmão Abel, Jacó e Esaú, Davi e os seus, Ananias e Safira, etc. Qual a causa destas crises? Sugerimos que tenha sido o abandono dos princípios estabelecidos pelo Criador. Viver em família é sobretudo amor em ação, sem esquecer a paciência, sujeição, compreensão, e o negar-se a si mesmo, enfim, uma criteriosa observância dos decretos divinos.
Ela Cuida Bem de Tudo, Inclusive da Administração de Suas Finanças. Vejamos o que I Timóteo 6:7-10 nos revela: (a) O princípio do nada levaremos; (b) A questão do sustento e contentamento (Pv.30:7-9); (c) Os perigos da obstinação pela riqueza (Lc.12:15); (d) O amor ao dinheiro e suas consequências. O fato é que uma família centrada em Deus tem uma visão monetária correta. Ela sabe à que fim se destinam os recursos fielmente adquiridos. Sabe o que fazer com suas finanças: 1) Auto sustento (Sl.128:2; I Tm.5:18); 2) Contribuição Eclesiástica (At.4:34,35; ll Co.9:7); 3) Socorro aos Necessitados (Mt.25:34-40; At.20:33-35). Entendemos que nossos recursos também são para glória de Deus.
Se a família estiver Centrada em Deus, Focada nos Valores do Reino, bem como, Vivendo em Amor, dificilmente haverá espaço para as mazelas destrutivas do nosso século. Além do mais, terá uma visão bíblica de trabalho, bens, mundo, relações humanas, e claro, da administração de suas finanças.