José Augusto Maia afirma que vai a busca de unidade do grupo taboquinha em seu nome caso saia candidato a estadual
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Em uma forte entrevista concedida no programa Rádio Debate desta segunda-feira (30), o deputado federal José Augusto Maia (PROS) assumiu, publicamente, que não levará mais adiante o seu projeto de reeleição e que tentará registrar sua candidatura, dessa vez a deputado estadual.
O deputado colocou essa condição a perda da presidência estadual do PROS e a possibilidade da legenda aderir ao “chapão” de apoio a candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB).
Esse último fator obrigaria o político a ter que conseguir, segundo ele, uma quantidade de 90 mil votos para ser reeleito, algo impossível segundo o mesmo. Durante a entrevista, o deputado fez um novo desabafo. Confira os principais momentos da entrevista.
As críticas a parte dos comunicadores e debatedores políticos em emissoras de rádio
Durante a entrevista, o político demonstrou sua insatisfação quanto à opinião de alguns debatedores de emissoras de rádio do município.
Sem citar nomes, o político afirmou que, quando as opiniões eram direcionadas para seus adversários, esses debatedores “batiam leve” e, contra ele, era o oposto.
“Eu venho sentindo, há um certo tempo, uma forma de destruir Zé Augusto. (…) Quando batem no outro, no me adversário, batem leve e até encobrem, mas quando batem em José Augusto, é sem pena”, frisou.
O fim do projeto de reeleição e a dificuldade do registro de candidatura a estadual
José Augusto Maia afirmou sobre a dificuldade de registrar a sua candidatura a estadual.
Segundo ele, o próprio partido poderia não lhe dar a legenda, o que inviabilizaria de vez a possibilidade de concorrer às eleições devido ao prazo, já esgotado, para mudar de partido.
Zé afirmou que essa negativa de legenda viria da união de Eduardo Campos (PSB), Diogo Moraes (PSB) e do prefeito Edson Vieira (PSDB).
“Como não tenho mais condições de ser candidato a federal, eu colocar o meu nome a deputado estadual; posso. Eu poderia até colocar o nome do meu filho (Tallys Maia); posso… E tenho duas coisas a fazer a partir de hoje, duas alternativas na minha vida pública, de tudo o que eu fiz até hoje: ou ser candidato ou sair, definitivamente, da política de Santa Cruz do Capibaribe. Vai ser duro para mim, pois é uma história longa que vai completar 28 anos de vida pública”, frisou.
O destino político do deputado poderá ser decidido na noite de hoje (30), na convenção do PROS que será realizada na Capital Pernambucana.
Revelações da política de 2012 e aumento das críticas à parte dos debatedores e imprensa
Nesse ponto, o político citou que a sua campanha eleitoral foi alvo “de covardias, falsidades e trairagens” e que muitas pessoas, que estão postas na mídia e na imprensa, sem especificar nomes, teriam ódio pessoal e levariam isso para a população.
“Se eu cuidar, se eu não tomar uma posição, esse carinho que eu tenho pelo povo e que o povo tem por mim, de uma parcela significativa da população, se eu não parar com isso… Estão me destruindo lentamente”, frisou.
Completando suas falas, o deputado deu sua resposta ao comentário feito por Natálio Arruda, que ele estaria querendo ser líder no grupo taboquinha, a força.
“Estão botando na cabeça do povo o que foi dito agora, no programa: que eu só quero ser “o tal”, que “eu sou um ditador”, “que eu digo isso ou aquilo…”; na realidade, se eu contar as minhas verdades, talvez muita gente vai mudar de opinião. Se eu contar o que aconteceu na campanha de prefeito, nos bastidores, dentro da prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, talvez muita gente mude de ideia. Se eu contar o que aconteceu com pessoas que aí elogiam todo dia (os adversários), se eu contar a verdade, as pessoas vão pensar de uma forma diferente”.
Possibilidade de abrir mão de candidatura em favor de Ernesto Maia e Toinho do Pará
Indagado pelo debatedor Euzébio Pereira se, no momento atual, os dois pré-candidatos do grupo não representariam o povo taboquinha, Zé afirmou que todos representam o grupo e, tendo a legenda para registrar sua candidatura a estadual ou a de Tallys Maia, tentará se reunir com os vereadores de sua base, ainda na próxima semana.
“Eu só posso conversar com uma candidatura se eu tiver registro. Eu não sei o que vai acontecer na cabeça de Ernesto e de Toinho. Eu posso conversar para registrar (a candidatura). Eu disse isso a todos eles porque, se houver alguma definição em grupo, ou se não houver, eu ainda tenho condição de ser candidato a estadual”, destacou.
Questionado por Silvio José se o mesmo abriria mão de sua candidatura, caso viável, em favor de Ernesto e Toinho caso os dois decidam levar seus projetos adiante, Zé citou que só poderá definir isso posteriormente e desabafou.
“Ficar na política, com tanto traíra perto de mim, também não dá não! É muita trairagem. Eu vou, depois disso, ainda pedir um dia para mostrar o que fazem comigo nos bastidores, que muitos daí sabem, mas não dizem… Essa é a verdade: tem gente que fala mal de mim por aí na cidade, na imprensa, sabem o que acontece comigo, do que estão fazendo comigo, mas calam”.
A nova tentativa pela busca da unidade no grupo taboquinha em seu nome
Nesse ponto, Zé citou que, nessa reunião que será marcada, caso haja viabilidade de sua candidatura, tentará a unidade política em seu nome por mais uma vez.
“Ou esse grupo é grupo, ou então tem que recomeçar tudo de novo. Não pode continuar da forma que está acontecendo”.
Indagado por Leone Souza se ele estaria disposto a pagar esse preço caso o grupo decida levar adiante as duas candidaturas a estadual e, ao mesmo tempo, manter a postura de liderança sem ter um mandato e sim por sua postura política, ele afirmou que nem Ernesto e nem Toinho apresentaram condições, até o momento, de serem eleitos.
Questionado mais uma vez se ele teria bases eleitorais e condições para isso, Zé citou que tem potencial para conquistar de 45 a 50 mil votos, muitos vindos graças a sua luta pelas emancipações de distritos e completou:
“Até agora, Ernesto e Toinho não mostraram reais condições de serem eleitos. Nenhum agora, até o presente momento, mostrou para o grupo ter quantidade suficiente (de votos) para ser deputado”, concluiu.