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A força da sociedade civil

Poderes públicos e população atenderam ao chamado das entidades para discutir a crise no abastecimento de água em Santa Cruz do Capibaribe

 

 

A audiência pública, promovida pelas entidades da sociedade civil de Santa Cruz do Capibaribe, realizada na noite desta sexta-feira (28), no Centro Esportivo Capibaribe, foi marcada especialmente pelo poder de arregimentação dos organizadores.

 

Além do público, estimado em mais de 2 mil pessoas, também estiveram presentes ou se fizeram representadas as três esferas do poder executivo. O senador Humberto Costa, líder do PT no Senado; o deputado estadual Diogo Moraes (PSB); e o prefeito do município, Edson Vieira (PSDB), compareceram ao evento e ouviram o clamor da população.

 

 

O síndico do Moda Center Santa Cruz, Allan Carneiro, falou em nome das entidades representativas da indústria e do comércio de Santa Cruz do Capibaribe. Ele expôs as dificuldades enfrentadas pelos dois setores e apresentou fotos e vídeos com depoimentos de moradores que sofrem com a falta de um planejamento mais eficiente na gestão dos recursos hídricos.

 

“A ideia de realizar essa audiência pública não é para jogar um poder contra o outro ou procurar um culpado por essa situação crítica. Estamos aqui para buscar soluções urgentes. É disso que o povo precisa”, disse o síndico.

 

 

O diretor regional da Compesa no Agreste e Zona da Mata, Leonardo Collier Selva, mostrou a situação das barragens que abastecem Santa Cruz do Capibaribe e apresentou algumas soluções em curto, médio e longo prazo para minimizar os efeitos da estiagem no município.

 

“Foi muito positiva a audiência. Informamos à população que a cidade de Santa Cruz não sofrerá um colapso total como estava preanunciado, visto que a ação de curto prazo que a Compesa estava fazendo para evitar isso já foi concluída esta semana”, disse Selva. A ação trata-se de uma inversão do fluxo de água que chega à ETA (Estação de Tratamento de Água) do bairro Petrópolis, em Caruaru, para a ETA do bairro Salgado. Com essa incursão, a cidade de Santa Cruz do Capibaribe passa a receber água do Açude do Prata.

 

 

Leonardo Selva disse ainda que a Compesa atenderá o compromisso assumido com as entidades realizadoras da audiência pública em sustentar pelo menos a mesma oferta atual, que é de 28 dias sem e dois dias com água, assim como trabalhará para aumentar a vazão que chega a Santa Cruz.

 

Já a médio prazo, ele disse que a Compesa construirá a Adutora do Pirangi, avaliada em mais de R$ 60 milhões, que mandará água do referido rio para o Açude do Prata. O início dessa obra está previsto para o próximo mês de novembro e será finalizada em meados de 2016.

 

 

“Foi uma audiência bastante proveitosa, fruto de várias reuniões e encontros, inclusive com a própria estatal, para discutir esse problema sério. Conseguimos nossos objetivos, que era trazer os representantes para debater e apresentar soluções à população, e também deixar tudo documentado. Ouvimos nessa noite algumas boas notícias por parte da Compesa, mas a luta das entidades não para por aqui. Vamos acompanhar os trabalhos para que tenhamos o mínimo de segurança possível nessa área”, disse Allan Carneiro, que considerou um marco para a cidade a realização de uma audiência pública promovida pela sociedade civil organizada.

 

 

Além dos moradores que usaram a palavra para fazer colocações e cobranças aos representantes do poder público, participaram da audiência o presidente da ANE – Associação Águas do Nordeste, Ricardo Braga; a pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco, Edneida Cavalcanti; o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe, Paulo Fieza; a promotora Natália Campelo; o Pr. Bruno César e o Pe. Carlos Augusto, os vereadores Afrânio Marques, Fernando Aragão e Klemerson Pipoca; e a professora Luciene Cordeiro, representando o SINDUPROM-PE – Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino no Estado de Pernambuco.

 

Ao final do encontro, uma carta de compromisso foi entregue aos representantes da Compesa e dos poderes Municipal, Estadual e Federal.

 

A audiência pública “A crise no abastecimento de água de Santa Cruz do Capibaribe” foi promovida pelas seguintes entidades: Moda Center Santa Cruz, Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe (ASCAP), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Santa Cruz), SINDILOJAS, Associação Santa-cruzense de Contabilistas (ASCONT), Conselho Regional de Contabilidade (CRC-PE), Cooperativa de Condutores Autônomos em Transportes Alternativos de Passageiros (CCATA), Associação da União dos Taxistas de Santa Cruz do Capibaribe (AUTSCC), Associação dos Mototaxistas de Santa Cruz do Capibaribe (AMTPSCC), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – Santa Cruz do Capibaribe), Roraty Club de Santa Cruz do Capibaribe, Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino no Estado de Pernambuco (SINDUPROM-PE), Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos e São Miguel, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, 1ª Igreja Congregacional Vale da Bênção, Assembleia de Deus Canaã e Igreja Congregacional Monte Sião.

 

Texto: Assessoria

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