10
outubro
“Isso é corrupção pura”, diz Joab Gomes sobre sorteio de casas populares em Santa Cruz
Fotos: Bruna Costa (Assessoria).
O sorteio das 500 residências populares do ‘Programa Minha Casa, Minha Vida’, em Santa Cruz do Capibaribe, foi um dos assuntos mais falados durante a sessão desta quinta-feira (10). As casas estão sendo erguidas no Loteamento Cruzeiro, com aproximadamente 75% concluídas, de acordo com a prefeitura.
O vereador Joab Gomes (PSD) foi um dos mais enfáticos com o tema. Ao usar tribuna, o parlamentar falou em ‘corrupção’, ‘safadeza’ e ‘sorteio viciado’, afirmando que, na triagem realizada pela Secretaria de Habitação, ‘era possível colocar quem eles quisessem’.
Joab voltou a falar sobre uma suposta proposta recebida pelo prefeito Edson Vieira (PSDB), quando estava titular da Secretaria. De acordo com o vereador, o gestor teria pedido para que ele fosse ‘flexível’ com os vereadores.
“Isso tá se confirmando agora”, disse, ao citar a contemplação do assessor da vereadora
Além disso, o vereador garante que não teria aceitado a ideia de fazer as inscrições em um lugar amplo, segundo ele, algo pensado pelo prefeito para favorecer eleitoralmente, à época, a candidata Alessandra Vieira (PSDB).
“Não tenho como provar. Era para ter gravado, ter feito igual Vânio [Vieira]”, disse.
O líder da oposição, Ernesto Maia (PT), garantiu que tem recebido diversas denúncias, após o sorteio realizado na última sexta (04). De acordo com ele, faltou a prefeitura explicar melhor os critérios para participação, antes desse procedimento.
“Se pensou muito em ganhar politicamente e se esqueceu de esclarecer àquelas pessoas que ficaram nas filas, sonhando com a casa própria […] Alguns desses critérios ficaram claros depois das denúncias que apareceram… era para ter ficado esclarecido antes”, falou o petista.
Já o vereador Carlinhos da Cohab (PTB) foi além nas suspeitas de irregularidades. Ele afirmou que parente do prefeito (supostamente fora dos critérios), empresário e residentes em outros municípios, estariam na lista apresentada.
“Uma forma corrupta. A gente não pode admitir”, falou.
Reposta
A líder de governo, Jéssyca Cavalcanti (PTC), saiu em defesa dos procedimentos realizados, até o momento, dentro do programa habitacional. Ela voltou a afirmar que seu assessor estava dentro dos critérios estabelecidos e que ele se inscreveu dentro do seu direito, como qualquer outro cidadão.
Para ela, as palavras de Carlinhos comprometem 500 famílias contempladas, ‘colocando em xeque a lisura’, dentre outros, de representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Superintendência da Caixa Econômica Federal (CEF) que, segundo ela, acompanharam todo o sorteio eletrônico.
Ao rebater Joab, Jéssyca declarou que o oposicionista “não tem moral para falar sobre o assunto”, afirmando que o parlamentar cobrava taxas no valor de R$ 5, quando secretário de habitação, com a promessa da casa própria.
“Santa Cruz lhe conhece”, disse Jéssyca em direção a Joab, retrucando que ele é quem teria supostamente feito uma proposta ao prefeito Edson Vieira, para que não houvesse maior divulgação sobre as inscrições.
“O vereador queria restringir só para pessoas que faziam cadastro [na secretaria], cobrava carnê”, falou.
Quanto ao vereador Ernesto Maia, ela garantiu que houve divulgação suficiente sobre os critérios pré-estabelecidos, nos meses que antecederam o polêmico sorteio.
Parabéns – Sobre o assunto, o vereador Irmão Val (SD) limitou-se a parabenizar os contemplados e ressaltou a importância para que os governantes investam mais na área habitacional.
Ausências – Por parte da bancada de Situação, Nailson Ramos e Zezin Buxin precisaram se ausentar. Zé Minhoca não fez uso do seu tempo na tribuna e Pipoca faltou à sessão.